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Divergência de Maggi e Fagundes sobre Ferrovia Bioceânica acirra bastidores do PR e Pedro Taques tende a levar vantagem

Ronaldo Pacheco
Foto: Jane de Araújo / Agência Senado
Wellington Fagundes e Blairo Maggi têm pontos de vista distintos sobre Ferrovia Transcontinental
Wellington Fagundes e Blairo Maggi têm pontos de vista distintos sobre Ferrovia Transcontinental
Antes mesmo de o senador Blairo Maggi deixar o Partido da República e migrar para o PMDB é notória sua divergência de pontos-de-vista com o colega de Mato Grosso, senador Wellington Fagundes. E num dos principais pontos está a Ferrovia Transcontinental, chamada pelo governador José Pedro Taques (PDT) e investidores chineses de Ferrovia Bioceânica.

Em entrevista anterior à reportagem do Olhar Direto, Blairo Maggi criticou a iniciativa e afirmou que a ferrovia sonhada por Taques não possui viabilidade técnica e econômica: 4,4 mil quilômetros, saindo do Porto de Açu, no Rio de Janeiro, até os portos do Peru, no Oceano Pacífico, passando por Goiás, Mato Grosso e Rondônia, cujos investimentos estão previstos no Programa Integrado de Logística (PIL), lançado recentemente pela presidenta Dilma Rousseff (PT).

Já Wellington Fagundes tratou de marcar um gol em favor de Taques e, principalmente, do Palácio do Planalto. Por iniciativa do presidente do PR de Mato Grosso, o Senado vai promover um debate para discutir a viabilidade e implantação da Ferrovia Transcontinental. Fagundes não aceita entrar em confronto público com Maggi e cita apenas que a ideia é reunir no Senado representantes da Casa Civil, Ministério dos Transportes, Ministério das Relações Exteriores, Conselho de Estado da República Popular da China, Governo do Peru, Conselho Empresarial Brasil-China e membros do Grupo de Trabalho Brasil-China-Peru.

Na divisão de pensamento do PR, quando se trata da Ferrovia Bioceânica, quem sai em vantagem é Pedro Taques. E sem mover um dedo seque para atiçar lenha na fogueira republicana.

“Reconhecidamente, o Brasil enfrenta graves deficiências na infraestrutura logística. E agora temos a manifestação de interesse do Governo da China em estimular investimentos do seu país nesse empreendimento. É uma oportunidade valiosa e precisamos, portanto, avançar nessa discussão, tratando de sua viabilidade”, argumentou Fagundes.



Essa ferrovia tem uma extensão de aproximadamente 4,4 mil quilômetros e ligará os oceanos Atlântico e Pacífico, saindo do litoral norte do Rio de Janeiro, passando por Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre. Posteriormente, a ferrovia segue pelo Peru até o Porto de Ilo. Cerca de 1,6 mil quilômetros estão contemplados pela Ferrovia de Integração do Centro Oeste (Fico), projetada para sair de Campinorte, em Goiás, entrando em Mato Grosso pela região do Vale do Araguaia, passando por Lucas do Rio Verde e, depois, até Vilhena, em Rondônia.

Wellington Fagundes destaca que o Brasil precisa de mais ferrovias. O país tem atualmente algo em torno de 28 mil quilômetros de “estradas de ferro. Os Estados Unidos, cuja extensão territorial é aproximadamente 700 km² maior que a do Brasil, tem malha ferroviária 10 vezes mais extensa. “Com tão poucos trilhos cruzando o território nacional, o transporte de cargas concentra-se 60% nas rodovias. O modal ferroviário representa apenas 25%” – frisa, ao destacar a importância do investimento.

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