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O nortão e a crise da madeira (1)

Por Onofre Ribeiro

Assisti na última sexta-feira a três eventos em Sinop: a posse do presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiros do Norte de Mato Grosso – Sindusmad, e à reunião mensal da Federação das Indústrias, e à reunião da CPI da Sema.

Saí de lá extremamente preocupado com o clima de animosidade do setor madeireiro em relação aos seus negócios, ao governo e, particularmente à Secretaria Especial do Meio Ambiente.

Posso assegurar com convicção, que Sinop e a sua área de influência dos negócios da madeira, não suportam mais nenhuma operação policial repressiva, a se configurarem como verdadeiros todos os depoimentos e denúncias dos empresários de base florestal, dos empresários em geral e dos políticos locais, o clima é de confronto.

Aliás, o primeiro confronto só não se deu na prática, na Operação Mapinguari, em Feliz Natal, porque a Polícia Federal teve o bom senso de não confrontar.
Depois de uma absurda demonstração de truculências em Sinop, as viaturas policiais foram barradas na única ponte de acesso à cidade, e avisado de que não deveriam tentar atravessá-la, sob pena de haver o confronto armado.

Se os habitantes da cidade estavam armados ou não, não se sabe, mas esse espírito de intolerância predomina na região, depois que policiais agridem fisicamente e com jatos de spray de pimenta pessoas desarmadas e indefesas, afora outras demonstrações desnecessárias de truculência.

Em Sinop, durante todo o dia da Operação Mapinguarim e depois a Polícia Civil, na Operação Guilhotina, as viaturas policiais cortaram a cidade em comboio com sirenes e luzes acesas, furando os sinais de trânsito, em franca demonstração de intimidação e com atitudes públicas de desrespeito aos habitantes da cidade.

Porém, o setor está se organizando e se preparando para cobrar do governo estadual a sua parte na cobrança estatal que não vem acompanhada de soluções. Está em franco andamento em toda a região Norte e Noroeste para articular-se de modo a lidar com o poder público dentro de metas comuns e fazer frente às omissões, ás pressões e a corrupção vinda da SEMA.

Sinop está em suspense econômico, para não dizer em estagnação.
Mas repito aqui alguns dos depoimento que anotei dos três eventos:
- “Há 20 anos éramos heróis que viemos, chamados para ocupar a Amazônia. Hoje somos tratados como bandidos. Só os madeireiros têm crimes ambientais, como se os sojeiros também não tivessem um passivo ambiental muito maior” – empresário Milton Belincanta.

- “O setor madeireiro não é isso que aparece na mídia. A gente errada, mas a maioria é gente decente” – presidente empossado no Sindusmad, José Eduardo Pinto.

- “Grandes redes de loja como City Lar e Ponto Frio, franquias de fast-food como o Bob´s, que tinham espaço reservado no Shopping Aruanã, anunciaram que só retomarão o andamento depois que a economia do município se estabilizar e que acabar o clima do `vou embora daqui` - Paulo Fiúza, do Shopping Aruanã, o primeiro de Sinop.

- “Pesquisa que encomendamos mostra que os setores de motos, de carros e de alimentos cresceram, mas todos os demais setores da economia de Sinop caíram 8% fragilizando a nossa economia. Só vou abrir o shopping depois que a economia estabilizar”. – Paulo Fiúza, do Shopping Aruanã.

O assunto continuará nos dois próximos artigos.

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