As Garças Negras

O professor tangaraense Wilian Xavier encaminha poema de sua lavra para publicação neste espaço. É uma obra de arte. Chegamos hoje Não sei que dia e nem que ano Nunca me preocupei com isso Vivia livre Comia quando tinha fome Dormia quando tinha sono Fazia amor quando me apaixonava Andava quando me sentia preso Parava para sentir a brisa Bebia água nos rios quando tinha sede Agora faço o que me manda Quando trabalho Vejo as garças brancas Elas vêm de manhã cedo e se vão ao anoitecer Todos os dias Nunca vejo as garças negras Será que elas também estão como eu? Só podem voar quando eles querem? Será que elas estão nas gaiolas? Desde quando nós chegamos não vimos uma garça negra Será que só as garças brancas podem voar? - Vamos, vamos deixem de conversa, trabalhem E o sol vai partindo E a revoada das garças brancas Deixa uma pergunta Será que elas voltam amanhã com alguma garça negra? Ao amanhecer elas estão de volta Olha, olha, elas estão de volta Mas não há nenhuma garça negra Será que a