O Movimento dos Caminhoneiros já fechou sete pontos em duas
rodovias federais em Mato Grosso - as BRs 163 e 364. A paralisação começou na
manhã de ontem após o governo federal não aprovar a Tabela de Frete Mínimo,
principal reivindicação do movimento, que teve início em fevereiro deste ano.
Para hoje, a previsão é de que os bloqueios sejam estendidos para outros
pontos.
Conforme as informações do Centro de Controle Operacional (CCO) da
Concessionária Rota do Oeste, há bloqueios na BR-163 nos seguintes municípios:
Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Sorriso e Guarantã do Norte.
Já na BR-364, são quatro, sendo dois em Rondonópolis e dois em
Diamantino. Os manifestantes estão liberando apenas a passagem de carros de
passeio, ambulância, ônibus e carretas com cargas vivas.
Até o final da tarde de ontem, a Polícia Rodoviária Federal (PRF)
não tinha dados atualizados sobre os engarrafamentos, mas nas primeiras horas
do ato, filas de até 1 km foram formadas em Lucas, 2 km em Rondonópolis, 500
metros em Nova Mutum e 600 metros em Diamantino.
Segundo o CCO, apesar dos bloqueios, não há ocorrência de filas ou
congestionamentos. Os veículos de carga estão estacionados nas margens da
rodovia ou nos pátios de postos.
Os bloqueios já acontecem, além de Mato Grosso, em Santa Catarina,
São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais e Ceará. O movimento
acredita que mais estados possam aderir a paralisação nos próximos dias.
Marcos Vieira, presidente da Associação de Caminhoneiros, contou à
reportagem que hoje, ao menos três municípios devem aderir à paralisação. “O
pessoal está animado, pronto para lutar e reivindicar, e acima de tudo,
dispostos a resistir até que haja uma proposta que agrade a categoria”,
destacou.
O líder do Comando Nacional do Transporte (CNT), Ivan Luiz
Schmidt, está em Brasília aguardando uma nova negociação. Em publicação no
Facebook, ele explicou que o governo sinalizou uma nova conversa com um pequeno
grupo do movimento.
“O grupo prefere ir num todo negociar com o governo. Enquanto
aguardam, estamos conversando com deputados federais e assim vamos expondo a
nossa causa”, destacou.
Edgar Augusto Laurini, presidente do Sindicato dos Caminhoneiros
de Tangará da Serra, conversou rapidamente com o Diário. Ele estava à caminho
de Goiânia, onde se reuniria com a categoria de lá para consolidar o movimento
nacional.
A GREVE – Após uma reunião com a categoria em Brasília na
quarta-feira (22), o Governo Federal não aceitou regulamentar a Tabela do Frete
Mínimo, apresentada e elaborada pelos caminhoneiros.
Conforme o governo, o momento agora é trabalhar com a tabela
referencial, já que havia sido adotada em outros anos. “A categoria está
revoltada com o descaso, mas vamos resistir até que haja um acordo”, disse
Edgar.
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