A
situação política do ex-deputado José Geraldo Riva foi lembrada pelos prefeitos
do Partido Social Democrático (PSD), durante reunião nesta sexta-feira (15), na
Associação Mato-grossense dos Municípios. Para muitos, o ciclo político do
ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT) chegou ao fim.
“Temos
que ter consciência de que o ciclo político do Riva terminou. Com todo o
respeito que temos por ele, mas é hora de decidirmos o nosso rumo. Ele tem os
problemas dele para resolver, e já até tinha falado sobre sua aposentadoria”,
avaliou Arnóbio Vieira de Andrade, prefeito de Marcelândia.
Preocupados
com a situação do partido, que corre o risco de desaparecer no Estado sem uma
liderança, os prefeitos debateram nesta sexta-feira os possíveis rumos que irão
tomar. Durante a conversa, os prefeitos lembraram a contribuição de Riva na
construção partido, mas vários deles declararam que a trajetória política do
ex-deputado chegou ao fim, e é hora do partido tomar outros rumos.
“Precisamos
de uma liderança, de alguém que assuma isso. Precisamos nos sentir fortes como
no dia em que Riva falou para nós que seria candidato”, disse Ilma Grisoste
Barbosa, prefeita de Sapezal.
Apesar
de lembrarem do ex-deputado José Riva, os prefeitos também apontaram que a os
problemas que ele enfrenta na Justiça acabam respingando sobre os demais
membros do partido.
O
ex-parlamentar está preso desde o dia 21 de fevereiro, acusado de liderar um
grupo criminoso que teria desviado mais de R$ 62 milhões dos cofres da
Assembleia Legislativa por meio de compras falsas de materiais de expediente e
informática. Neste tempo, já sofreu mais
de 10 derrotas em pedidos de liberdade nos tribunais regional e federal.
Riva
foi o fundador do PSD em Mato Grosso e o principal articulador político que
levou o partido a ter o maior número de prefeitos no estado, com 40 gestores
municipais filiados à sigla. Assim, desde a sua prisão o PSD está sem rumo em
Mato Grosso, já que Chico Daltro, que foi escolhido presidente do partido em
2014, também sumiu após a derrota nas eleições.
SUCESSÃO
Gilberto
Kassab, presidente nacional do PSD e ministro das Cidades, teria indicado o
ex-deputado federal Roberto Dorner para assumir a liderança do partido em Mato
Grosso. Contudo, o nome de Dorner encontra resistência entre os prefeitos, que
o acusam de ter sido omisso com o partido quando decidiu não se candidatar nas
eleições de 2014.
Os
prefeitos cobram mais participação na escolha da liderança regional e afirmam
que não vão aceitar uma imposição do diretório nacional.Durante a reunião,
chegou-se a cogitar a hipótese de uma fuga em massa do PSD para outro partido,
ainda não definido.
“A
força política do partido hoje está mais com os prefeitos do que com o
parlamento. Não queremos sair do partido, mas se for preciso, sairemos. E não
vamos sair sozinhos, vamos sair juntos, os 40 prefeitos”, disse Neurilan Fraga,
presidente da AMM.
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