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OPERAÇÃO ARARATH: Ex-prefeito de Cuiabá, Chico Galindo entra na mira da PF

RAFAEL COSTA

Um depoimento dado à Polícia Federal como desdobramento da Operação Ararath revelou a existência de indícios de um esquema de desvio de dinheiro público na gestão do ex-prefeito de Cuiabá, Chico Galindo (PTB).

No dia 23 de maio de 2014, o empresário Robison Todeschini afirmou que notas fiscais do programa de asfalto nos bairros, Poeira Zero, foram superfaturados com a diferença dos valores repassadas ao ex-prefeito por empresas devidamente indicadas para aparentar certa legalidade.

Todeschini prestou depoimento por conta da suspeita de participação da empresa Todeschini Construções e Terraplanagem Ltda. ter participado de triangulações orquestradas pelo ex-secretário de Estado Eder Moraes e o empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, conhecido como Júnior Mendonça, dono da Rede Amazônia de Petróleo, em um esquema de lavagem de dinheiro e outros crimes contra o sistema financeiro nacional.

O esquema de desvio de dinheiro público em um programa de infraestrutura do município veio à tona após uma conversa com o empresário Bruno Simoni, um dos proprietários da empreiteira Constil Construções e Terraplanagem Ltda.

Em depoimento à autoridade policial, Todeschini informou que no período de 2006 a 2011, em especial no ano de 2008, ele e sua família constataram o ex-dono da Constil, que João Carlos Simoni, estava ficando muito rico e a empresa não gerava lucros, apesar da empresa estar ativa, faturando R$ 100 milhões ao ano.


Nisso, uma auditoria constatou inconsistência de dados, pois um prejuízo de R$ 10 milhões foi justificado na contabilidade como adiantamento a fornecedores. A partir daí, foi descoberto uma movimentação financeira atípica.

“Eu descobri, junto ao banco Santander, que Bruno Simoni estava movimentando recursos sozinhos, sem a minha autorização. Ele estava emitindo cheques administrativos nominais à própria Constil, os endossando e depositando nas contas das empresas constituídas para a finalidade de circulação de dinheiro”, afirmou.

No rol das empresas constavam a FS Properties Empreendimentos Imobiliários, a Cohabita Construções e Terraplanagem Ltda e a S2 Participações e Empreendimentos Ltda.

“Quando eu constatei isso, pedi ao Santander a microfilmagem dos cheques e verifiquei que foram retirados entre R$ 2 milhões a R$ 3 milhões”, disse.

A partir disso, Todeschini revelou que conversou com Bruno, e aí foi revelado o esquema de corrupção supostamente liderado pelo ex-prefeito Chico Galindo. Todo o esquema teria iniciado na gestão do antecessor, o ex-prefeito e atual deputado estadual Wilson Santos (PSDB), que renunciou ao cargo em abril de 2010 para concorrer ao governo do Estado e foi sucedido por Galindo, na época seu vice-prefeito.

“Eu o confrontei sobre o assunto e o Bruno explicou que este era um acordo com Wilson Santos, que foi mantido com o então prefeito Chico Galindo. Ele disse que na época a Constil executava obras do programa municipal Poeira Zero, e que o acordo consistia em aumentar o valor da nota fiscal emitida pela Constil, pelo serviço de medição executado, devendo o valor excedente ser devolvido a Chico Galindo”, afirmou à PF.


Em abril de 2012, a Constil Construções venceu cinco dos dezessete lotes de uma licitação da prefeitura de Cuiabá para contratação de empresa que faria obras de pavimentação asfáltica e drenagem de águas pluviais de bairros. O valor total correspondeu a R$ 23,8 milhões.

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