MARCOS LEMOS
Com
a possível definição de uma reforma política que abra prazo para que atuais
detentores de mandato eletivo possam trocar de siglas sem a perda do mandato, o
que se convencionou chamar de “freio de arrumação”, a busca por novas legendas
poderá movimentar o mundo político em Mato Grosso. E chama a atenção a
possibilidade do PMDB sair reforçado deste processo, inclusive ganhando a
filiação do hoje senador e líder do PR, Blairo Maggi.
Maggi
prefere ser cauteloso e sinaliza que não tem disposição de ter que ficar se
justificando e respondendo processos judiciais e eleitorais movidos por
partidos que tentam reaver seus mandatos sob a ótica de que os mandatos
pertencem aos partidos.
A
chegada de Blairo Maggi é tratada com pompa e circunstância, tanto que passou a
ser tratado pelo vice-presidente da República, Michel Temer, que se aproximou
de senadores e deputados federais com a articulação da votação do Ajuste
Fiscal.
O
papel de Michel Temer foi de fundamental importância para que o governo da
presidente Dilma Rousseff recuperasse sua governabilidade dentro do Congresso
Nacional, vide o resultado favorável nas votações, mesmo com protestos de todos
os lados, inclusive de parlamentares da base aliada e do próprio PT.
Blairo,
no entanto, que tem uma vida política eleitoral em apenas duas siglas, o PPS
pelo qual foi governador de Mato Grosso e o PR, partido que foi criado pela
fusão do PL e do PRONA, portanto, dentro da legalidade, nunca escondeu a
vontade de ser do PMDB, condição inviabilizada por conjunturas locais que hoje
não persistem mais, fato que pode corroborar a chegada ao mesmo à nova sigla.
O
senador por Mato Grosso se limitou a dizer que prefere aguardar as regras
eleitorais para então pensar na possibilidade. “Tenho enormes responsabilidades
enquanto senador da República por Mato Grosso e assuntos que tomam tempo e que
precisam ser solucionados. A eleição que se avizinha é municipal e prefiro
continuar cumprir o mandato que me foi delegado pela população de Mato Grosso,
para depois pensar em um novo futuro partidário”, disse o líder do PR.
Nos
últimos dias, o PMDB começou uma investida para reforçar seus quadros em Mato
Grosso e sinalizou para uma série de descontentes do PSD, como os deputados
estaduais, Janaina Riva, Gilmar Fabris e Pedro Satélite, além de pelo menos 25
prefeitos, outro tanto de vices e vereadores, de olho nas eleições do próximo
ano que forma base para as eleições de 2018.
O
presidente do PMDB, Carlos Bezerra tem comandado as ações do PMDB em Mato
Grosso na busca de novos filiados e sinaliza que a receptividade tem sido a
melhor possível. “Temos interesses em nomes que promovam a oxigenação do PMDB e
Blairo Maggi é desses nomes”, disse Carlos Bezerra.
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