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SAÍDA DE TAQUES E MAGGI: Analista diz que PDT e PR deixam o protagonismo e viram "acessórios"

DOUGLAS TRIELLI

O senador Blairo Maggi e o governador Pedro Taques,
que devem deixar o PR e o PDT para se filiarem
ao PSDB e PMDB, respectivamente
A possível troca de partido por parte do governador Pedro Taques (PDT) e do senador Blairo Maggi (PR) irá causar um novo reagrupamento político no Estado. A conclusão é do professor e analista político Onofre Ribeiro.

Taques e Blairo, “assediados” pelo PSDB e PMDB, respectivamente, ficaram livres para a troca de partido desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a regra de perda do mandato para cargos do sistema majoritário de eleição, como prefeito, governador, senador e presidente da República.

A mudança dá liberdade para que possa haver a trocar de partido, sem que haja penalização por infidelidade partidária.

"Teremos uma nova polarização das forças políticas de Mato Grosso, o que significa um novo reagrupamento político. O PDT e o PR vão deixar de ser protagonistas e passam a ser apenas acessórios" “Essa troca vai acontecer, não tem mais o que discutir. E quando isso ocorrer, teremos uma nova polarização das forças políticas de Mato Grosso, o que significa um novo reagrupamento político. O PDT e o PR vão deixar de ser protagonistas e passarão a ser apenas acessórios”, afirmou Onofre.

Para o analista, o PDT será o partido mais prejudicado. Isso porque, no PR ainda há outras grandes lideranças, como o senador Wellington Fagundes, o deputado estadual Emanuel Pinheiro e o primeiro secretário da Assembleia, deputado Ondanir Bortolini, o Nininho.

Já o PDT ficará restrito ao deputado estadual Zeca Viana.

“Será uma nova morte para o PDT, porque, em 1997, o Dante de Oliveira deixou o PDT, quando era governador, para ir para o PSDB. O PDT aqui praticamente morreu. O PR ainda terá algumas figuras representativas, mas eles também vão se mexer”, disse.

Na oposição

Para Onofre Ribeiro, a mudança para Taques pode significar uma maior dificuldade de governar. Isso porque o PSDB é oposição declarada à presidente Dilma Rousseff (PT).

O analista cita como exemplo o não pagamento dos mais de R$ 400 milhões do Auxílio Financeiro para Fomento das Exportações (FEX) de 2014.

“A saída do Dante do PDT para o PSDB foi boa para o Estado e para ele próprio porque governou com um grande apoio do Governo Fernando Henrique Cardoso, se reelegeu com apoio do FHC. O Estado teve muitos benefícios naqueles anos”, disse.

“Agora, o Pedro Taques já está com problemas no Governo Federal. A gente vê, por exemplo, os repasses do FEX. O valor é pequeno e não é repassado por retaliação política. Então, em um primeiro momento, vai ser ruim, porque ele passa a ser do partido de oposição. Acredito que até as eleições municipais de 2016, vai passar muito sufoco”, afirmou.

"O Pedro Taques já está com problemas no Governo Federal. A gente vê, por exemplo, os repasses do FEX. O valor é pequeno e não é repassado por retaliação política" No entanto, Onofre Ribeiro disse acreditar que a mudança irá dar uma nova projeção nacional ao governador de Mato Grosso.

“O PSDB é um partido forte e isso vai dar ao Pedro Taques uma estatura política nacional que ele não tem hoje. O partido está valorizando suas lideranças regionais. Em Mato Grosso, serão duas, já que, além do Taques, tem o [deputado federal] Nilson Leitão”, disse.

Figura individual

Quanto ao senador Blairo Maggi, Onofre Ribeiro acredita que a mudança se deve a uma possível articulação ao Governo ou ao Senado em 2018.

“O Blairo é um cidadão que não pertence a partido nenhum, é uma figura individual. Ele dificilmente se identifica a algum partido. Lá atrás não se identificava com o PPS, nunca se identificou com o PR; se for para o PMDB, não vai se identificar também. Vai continuar uma figura apartidária”, afirmou.

“Ele é uma pessoa de conduta individual, o partido é meramente uma exigência burocrática. Essa mudança tem como objetivo a eleição de 2018. Nesta semana, ele negou que seja candidato a governador. Acredito que ele esteja dizendo que será candidato ao Governo, porque toda vez que diz não, está dizendo sim”, disse.

O professor não acredita que a ida de Blairo para o PMDB ajude o partido com os candidatos das eleições de 2016. Em Cuiabá, por exemplo, o mais cotado a disputa é o ex-juiz federal Julier Sebastião da Silva.


“Só se ele decidir entrar de corpo e alma na campanha, porque nas eleições passadas ficou de fora. Ele apoiou o Mauro Mendes em 2012, mas de maneira distante. A campanha vai pelo vagão do trem, e o Blairo vai de avião”, completou.

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