“Prepare-se. O Brasil viverá um momento histórico”, afirmou um auxiliar da presidente Dilma ao prever momento de muita turbulência na política de uma lado com as acusações de envolvimento em corrupção por parte do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e de outro com a possibilidade de abertura de processo de impeachment da presidente Dilma.
A começar pela expectativa de confronto entre governistas e oposicionistas nas sessões do Congresso já a partir da semana que vem. Petistas e aliados deverão reagir à possibilidade de Eduardo Cunha despachar o pedido de impeachment de Dilma apresentado pelo jurista Hélio Bicudo. Petistas não aceitam que Cunha, ferido pelas denúncias de que movimentou contas na Suíça que seriam abastecidas com recursos de propina, leve adiante este processo.
– A legitimidade dele será questionada em Plenário – prevê um petista que acredita, ainda, que o PSOL irá cumprir a promessa de questionar a presença de Cunha à frente dos trabalhos da Câmara. O ambiente político deverá ficar ainda mais tumultuado com ações de parlamentares que têm estilo mais agressivo no embate político.
Este questionamento sobre a autoridade de Cunha é feito tem por importantes auxiliares do governo, mas é consenso que ele tomará esta iniciativa na terça-feira como “última tacada”. A previsão é de embate tão forte que muitos se recordam do confronto entre Jader Barbalho e Antonio Carlos Magalhães, no ano 2000, em que os dois saíram derrotados.
A esta altura, há o reconhecimento por parte de figuras importantes do PT de que houve uma sucessão de erros, tanto do PT quando era oposição, quanto do PSDB, agora, ao exercer oposição. Para estes, a oposição sabe dos problemas de Cunha, até já pediu seu afastamento da presidência da Câmara, mas não deixará de reconhecer sua legitimidade para despachar o pedido de afastamento de Dilma.
– É uma pena que dois partidos importantes da resistência política no Brasil vivam do pragmatismo- disse.
O governo sabe que, com a baixa popularidade de Dilma, terá mais dificuldades para agir. Mas começa a executar a estratégia de reconstruir a base nesta semana com a nomeação das indicações políticas pendentes. A ordem no governo ê ao mesmo tempo ir para o embate político e atender à base fisiológica. É a alternativa que lhe restou.
Por Cristiana Lôbo
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