DOUGLAS TRIELLI
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi: "O nosso governador Pedro Taques não cai no canto da sereia" |
O presidente do diretório nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou
que o governador Pedro Taques (PDT) não deve deixar o partido.
Em visita a Cuiabá, nesta quinta-feira (16), o dirigente disse que
apesar do "assédio" de outros partidos, Taques já tem uma história
consolidada no PDT.
“O nosso governador Pedro Taques não cai em canto de sereia. Ele
já tem uma história no partido, seu único partido. Eu tenho certeza que não tem
outra opção para ele, a não ser continuar aqui”, disse Lupi, que almoçou na
residência do governador, no bairro Santa Rosa.
Lupi ainda defendeu um entendimento entre Taques e o deputado
estadual Zeca Viana, presidente regional da legenda.
Ele pediu que ambos aparem as arestas internamente e não “pela imprensa”.
Isso porque ele entende que as acusações de Zeca contra o governador “desgastou
a relação” dos pedetistas.
"O nosso governador Pedro Taques não cai em canto de sereia.
Ele já tem uma história no partido, seu único partido. Eu tenho certeza que não
tem outra opção para ele a não ser continuar aqui"
“O que a gente precisa é encontrar uma forma de manter o respeito
do partido para com ele, uma convivência harmoniosa. Taques não vê dificuldades
para isso. E, agora, é o papel da direção nacional encontrar os caminhos”,
afirmou.
“Essas divergências de opiniões entre o presidente do partido e o
governador serão superadas com diálogo, com um debate democrático. Eu só peço
que isso fique na discussão interna, não pública. Porque toda decisão pública
desgasta a relação”, disse Lupi.
Ainda durante o encontro, Taques reclamou sobre o posicionamento
nacional do PDT, em se manter na base da presidente Dilma Rousseff (PT).
Ele chegou a dizer, em recente entrevista, que esse desencontro de
posicionamento poderia levá-lo a deixar a agremiação.
“O Taques tem uma visão diferente da nossa, há algum tempo. Ele
defende que já deveríamos ter rompido com a Dilma. Já com relação ao Caso
Petrobras, deixamos claro que nossa posição é que sejam levados para a cadeia
todos os ladrões. Mas não se pode confundir isso, transformando a Petrobras em
vilã, quando, na verdade, a empresa é vítima.”, afirmou.
Segundo Carlos Lupi, um novo encontro com Taques está marcado para
daqui 20 dias, em Brasília. Ambos devem discutir as movimentações da legenda no
Estado para as eleições de 2016.
Ele não descartou que o PDT tenha candidato próprio em Cuiabá.
Caso isso ocorra, o nome deverá enfrentar o atual prefeito, Mauro Mendes (PSB),
que apoiou a eleição de Taques.
“Vou voltar aqui em julho para ter um balanço do partido nos
municípios, como estão as candidaturas próprias. Preparar o partido para as
eleições, colocar as divergências em segundo plano e tocar o partido. Já
fizemos o governador e, hoje, Mato Grosso, é o Estado mais importante do
partido”, disse.
"Maior líder"
O deputado Zeca Viana acabou não participando do almoço entre
Taques e Lupi. Isso porque, após encontro das principais legendas do PDT, na
manhã desta quinta-feira (16), no Hotel Odara, Taques pediu para ter um
"almoço privado" com Lupi.
Nos últimos meses, um clima de instabilidade paira sobre o PDT,
especialmente por conta de declarações do próprio Viana em relação à maneira
como o governador estaria conduzindo os primeiros meses de sua gestão.
A vinda de Lupi a Cuiabá tentou amenizar as “rusgas” entre os dois
e ainda evitar a saída de Taques do partido.
Após o fim da coletiva com Lupi, em conversa com a imprensa, Zeca
Viana apostou que Taques não irá deixar o PDT.
“Ele vai sair de um partido, em que é líder absoluto, para ser
submisso a outro? E a nossa relação não tem nada a ver com a governabilidade ou
com o partido. Tenho compromisso com o crescimento do partido, e, como
deputado, vou trabalhar para ajudar o Governo. Mas, quando tiver coisa errada,
estarei pontuando. Vocês irão ver isso sempre”, resumiu.
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