Decidido
a comprovar que indiretamente entidades como a Federação da Agricultura e
Pecuária de Mato Grosso – FAMATO e a Associação dos Produtores de Soja e Milho
de Mato Grosso – APROSOJA, entre outras receberam e recebem indevidamente
recursos públicos através de Fundos Privados, supostamente abastecidos com
recursos do Fundo Estadual de Transporte e Habitação – FETHAB levaram o
deputado estadual José Carlos do Pátio (SD) ir ao chefe do Ministério Público
do Estado de Mato Grosso, Paulo Roberto Jorge do Prado. Na denuncia formulada o
parlamentar aponta que nos últimos oito anos os Fundos de, Apoio a Cultura da
Soja (FACS), de Apoio à Bovinocultura (Fabov) e de Apoio a Madeira (FAMAD),
foram contemplados com R$ 206 milhões, segundo informações da Secretaria de
Estado da Fazenda – Sefaz. Num primeiro momento, da Tribuna da Assembleia, José
Carlos do Pátio acusou essas entidades de receber de volta indiretamente o
imposto que recolhiam para o FETHAB, mas de posse de novos documentos públicos,
abandonou essa tese e passou para a de que esses recursos não teriam sua
prestação de contas apresentada.
Citando
que as entidades receberiam ‘merenda’ que chegariam à casa dos milhões, o
parlamentar sempre polêmico em suas falas, recuou a ponto de sinalizar que
espera uma investigação profunda e denuncias por parte do Ministério Público de
Mato Grosso para então verificar a veracidade das informações e decidir qual
decisão será tomada.
Nos
documentos repassados pela Secretaria de Fazenda de Mato Grosso, entre os anos
de 2007 a 2015, o FACS que cuida da cultura da soja teria recebido a quantia de
R$ 147,3 milhões, enquanto o FABOV teria sido contemplado com R$ 39,7 milhões e
o FAMAD com R$ 19,5 milhões.
Como
depende de uma investigação e da coleta de dados, o procurador-geral de
Justiça, Paulo Prado sinalizou que iria analisar os documentos para verificar
se persistem ou não os argumentos de irregularidades, pois se trata de uma
arrecadação por Fundo Público que é repassado para Fundos Privados que mesmo
assim devem obrigação de prestar contas. Prado despachou ontem mesmo para a
assessoria especial abrir procedimento de apuração de fatos e coletas de novos
dados. Desde o início do atual mandato o deputado José Carlos do Pátio tem
insistentemente feito apontamentos para o setor produtivo que sinalizou estar
pronto a prestar qualquer esclarecimento ou informação aos órgãos de controle,
como Ministério Público ou Poder Judiciário. Ricardo Tomczyk, presidente da
APROSOJA e Rui Prado da FAMATO sempre rechaçaram qualquer ilação quanto a
utilização de recursos públicos por ambas as entidades que figuram entre as
mais eficientes do agronegócio de Mato Grosso e do Brasil. (M.L)
0 Comentários