MARCOS
LEMOS
Praticamente
sem comando desde que seu principal articulador, o ex-deputado José Riva, saiu
da cena política, o PSD é um partido próximo de uma ruptura interna que poderá
levar a uma debandada geral, principalmente dos quadros mais efetivos da sigla,
que são de prefeitos, vices e vereadores.
Mesmo
com quatro deputados estaduais, sendo um deles, Janaina Riva, filha de José
Riva, a imposição da Executiva Nacional, para que a sigla esteja sob o comando
do ex-deputado Roberto Dornner levou a uma enxovalhada de críticas sem tamanho,
no encontro realizado ontem na sede da Associação Mato-grossense dos Municípios
– AMM, entidade presidida pelo prefeito Neurilan Fraga, irmão do deputado
estadual de quatro mandatos, José Domingos Fraga, ambos do PSD.
Incomoda
as principais lideranças do PSD o fato de Roberto Dornner a dias estar
trabalhando pela coleta de assinaturas necessárias a uma nova estratégia do
ministro das Cidades, Gilberto Kassab que é a refundação do Partido Liberal que
após criado abririam espaços para receber filiados de outros partidos para
reforçar o apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff.
A
existência de muitos descontentes em vários partidos da base aliada pela
posição de suas agremiações levou Gilberto Kassab a se articular pela
refundação do PL para que os descontentes com as posturas de seus partidos no
apoio ao governo federal pudessem trocar de sigla sem correr o risco de
perderem seus mandatos por infidelidade partidária.
Segundo
entendimento dominante dentre os ministros do Supremo Tribunal Federal – STF, a
fundação de um novo partido, abre prazo para que o mesmo receba filiado de
outras siglas sem que isto represente infidelidade partidária.
Temerário
desta possibilidade, o PMDB articulou com outros partidos e aprovou uma mudança
na legislação eleitoral que impede a fusão de partidos com menos de cinco anos
de existência.
Essa
mudança desacelerou o processo de fundação do PL, retardando a situação, mas
não fez com que os principais articuladores da questão desistissem.
O
problema é que Roberto Dornner já articulava a situação do novo partido em Mato
Grosso e isto deixou a muitos deputados estaduais, prefeitos, vices e
vereadores descontentes e prontos para abandonarem a sigla diante da imposição
da direção nacional através do presidente Guilherme Campos e do ministro
Gilberto Kassab.
“Imposição
não vai levar a nenhum lugar”, disse a deputada Janaina Riva que lembrou que
não ter havido conversações com as principais lideranças do PSD que são em sua
maioria municipais e já começaram a participar do processo sucessório de 2016.
Diante
do resultado das eleições de 2014, quando o partido deixou de figurar entre as
principais siglas, tanto que não elegeu nenhum deputado federal, o PSD acabou
mergulhando numa crise pela ausência de José Riva que sempre comandou o partido
direta ou indiretamente com vistas a potencializá-lo, o que tornava obrigatório
as demais siglas, manterem conversações e entendimentos eleitorais na eterna
disputa pelo poder.
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