Nada mais de reunir os amigos para saborear os pratos ou petiscos prediletos, acompanhados de um drink que só aquele bar ou restaurante favorito preparava. A saideira e a pedida para fechar a conta agora é dos próprios dono dos estabelecimentos, que sucumbiram à crise e anunciam o leilão de todos os seus bens.
Dados levantados pela Sold Leilões, empresa do Grupo Superbid e especializada em desativações corporativas, mostram que desde o início da pandemia, em março do ano passado, até a última sexta-feira (4), mais de 1.000 pregões de bares, lanchonetes e restaurantes foram realizados. No comparativo entre 2019 e 2020, o crescimento foi de 60%.
Em relação aos cinco primeiros meses deste ano, ante o mesmo período do ano passado, a elevação é de 20%. Ao todo, mais de 50 mil itens do acervo desses estabelecimentos foram para as mãos de pessoas que arremataram os bens com até 90% de desconto.
Entram na lista desde uniformes, até utensílios de cozinha, cadeiras, quadros, eletros e fogões. Os arremates podem ser feitos por frequentadores assíduos, que desejam ter um pedaço do local como lembrança, e por empresas do mesmo segmento.
Segundo a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), 12 mil bares, restaurantes e lanchonetes sucumbiram à crise desde o início da pandemia, em São Paulo. O principal motivo alegado pelos empreendedores são as restrições impostas para frear o avanço da covid-19.
Para Ana Matheus, gerente comercial da Sold Leilões, o adiamento na flexibilização das regras para a nova fase de transição do Plano São Paulo deve pressionar ainda mais os donos dos estabelecimentos, que hoje operam com 40% da capacidade e horários limitados de funcionamento. "Sem caixa e com dívidas, a procura pelos leilões deve aumentar", diz.
Infelizmente, nem todas as casas conseguiram se preparar para as novas demandas geradas pela pandemia. Além de prejuízos para a economia, com demissões e encerramento das atividades, o fechamento desses estabelecimentos leva junto parte da história e da memória.
"Os mais afetados são os pequenos e médios estabelecimentos, que sofreram com a queda no faturamento e fecharam as portas por causa das dificuldades para obter linhas de crédito", conclui Ana Matheus.
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