Ao receber ontem no Palácio do Planalto o comando da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse aos bispos que não irá interromper as obras de transposição das águas do rio São Francisco e que a greve de fome de d. Luiz Cappio é um problema exclusivo da Igreja Católica.
Lula afirmou que um eventual recuo do governo neste momento serviria de exemplo para que outras pessoas tomassem atitudes extremas à espera de atendimento. A CNBB admitiu em entrevista estar de mãos atadas e disse que torce para que amigos e familiares do bispo de Barra (BA) o convençam a interromper o protesto.
Na audiência, o recado de Lula à CNBB foi dado ao citar o jejum de seis dias que fez em 1980, quando ficou 31 dias preso pelo regime militar. No episódio, disse Lula segundo relatos de presentes ao encontro, d. Cláudio Hummes e outros bispos tiveram que convencê-lo a parar a greve de fome. No encontro de ontem, ainda segundo participantes, Lula disse que greve de fome é "coisa de desespero", mas deixou claro que não deve interromper as obras.
Fonte: Folha de S.Paulo, em Brasília
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