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Quatro promotores mataram. Nenhum está preso

Por Carlos Brickmann*

São quatro casos de mortes envolvendo promotores públicos:

1 – Um assassinou a tiros a esposa grávida, tentou forjar um assalto, foi desmascarado, julgado e condenado, fugiu. Não se vê muito empenho para encontrá-lo.

2 – Um, na praia, durante o Réveillon, atirou em um jovem, matando-o, e feriu outro.

3 – Um, parecendo bêbado, guiando na contra-mão, atropelou e matou três pessoas.

4 – Um, reagindo a um assalto, matou o assaltante com dez tiros. A arma não era dele, nem poderia ser. É de uso exclusivo das Forças Armadas.

Nenhum está preso. Algumas perguntas:

1 – não se estará formando uma casta que, como os agentes secretos de Sua Majestade, têm licença para matar?

2 – que tipo de teste avalia o equilíbrio emocional de profissionais que, em casos de emergência, são capazes de dar dez tiros seguidos numa única pessoa?

3 - o promotor não é simplesmente um acusador. É o Fiscal da Lei, é a Justiça de Pé. Como se explica que um cavalheiro com essas atribuições prefira uma arma ilegal, mesmo tendo licença para usar uma legal?

Imagine o caro leitor que um cidadão, com arma ilegal, desse dez tiros num promotor que estivesse na motocicleta. Estaria solto? Não teria havido flagrante?

Sabemos, nós todos, que essa história de igualdade perante a lei não é lá muito verdadeira. Mas será preciso exagerar de tal maneira a desigualdade?

Em dúvida:

Os cursos de tiro em situação de combate ensinam os alunos a disparar rajadas curtas, de dois tiros, uma ou duas vezes. Ensinam como é que se mata e como é que se imobiliza. Os promotores, quando recebem licença para andar armados, participam de algum treinamento para utilizar corretamente as armas?

*Carlos Brickmann é jornalista (http://www.brickmann.com.br/)

Fonte: FENAPEF

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