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Não há o que esconder

Por Robério P. Barreto

Pior do que dor da solidão
É não ter a quem dizer
Quanto ferido está o coração

Às vezes pode-se dizer sim,
Ou dizer não...
Depende do peito gritar
Se ainda há paixão

Pior do que não viver
O que manda o coração
É não poder se matar
Com as próprias mãos;

Perder-se em si mesmo
E não saber o que dizer:
Sim ou não!

Parece não haver solução
Para diminuir a aflição da alma
Judiada sem compaixão.

Comentário de Rejane Tach

A poética de Robério Pereira Barreto se revela bastante dissolvida em sentimentos de total solidão; ou seja, o eu-lírico transcende o real e vive uma aflição latente bem maior do que a consciência permite, onde já almejando a morte encontra-se profundamente em estado de desespero. Mas a dúvida aflige a alma e o ser frágil que busca respostas para o amor perde-se nos devaneios da dor e na incerteza de seguir seu dias.

É emocionante e curioso como o eu-lírico mescla dúvida de SIM, e de NÃO para viver o amor, chegando ao extremo de querer a morte pelas suas próprias mãos. Então, se há dúvidas, há uma possibilidade também, de encantamento em descobrir que há sim, para o eu-lírico do sofrimento, uma abertura de vida... de amor, e de SIM somente!

Em reposta ao magnífico poema do escritor Barreto, escrevi outro poema ( isso é coisa de poeta...) .


SE NÃO HÁ O QUE ESCONDER...

Por Rejane Tach

Então grita mais alto
Tua força dormente nesse coração imaturo
Para quem te ama com a força que deseja teu íntimo
E
Diga sim ! Sim!
E deixe de degustar sozinho a lágrima
que te envolve pelos dias sem piedade
para matar de amor o teu desejo!

Não mate a vida...ela é tua escolha...
E viva!
Viva um sempre de emoções e
Deixa estremecer teu momento
Com vestígios de ternura e encontre
Em ti o assombro de ser tudo!

Que os dias renovados se façam
Sem compaixão de ti
Pois tua sede tem que ser maior!

Acorda-te e caminha por aí!
Alguém te espera...


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1 Comentários

  1. Gostei muito da poesia do professor Robério. Ela transmite uma insegurança e uma tristeza muito grande, mas existe uma possibilidade de transformação conforme cita a poetisa Rejane no seu comentário, inclusive respondendo com outra poesia.
    Parabenizo Rejane pela ousadia poética!

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