Quando vejo algum político defendendo o "financiamento público de campanha", não consigo ficar calado. Ainda bem que não engulo.
A tal da reforma política - que nunca sai do lengalenga - sempre tem como proposta basilar, a ideia de cobertura das despesas eleitorais através do cofre público. Ou seja, caridade com o bolso alheio: do povo.
Tudo não passa de cinismo e desfaçatez. Os argumentos são hilariantes.
O financiamento público de campanha já existe. Trata-se de algo escamoteado, com a utilização de recursos dos municípios ao plano federal, para beneficiamento de quem possui mandato.
A divulgação através da mídia, durante anos seguidos, sempre é coberta com verba pública. Não sai do bolso do vereador, deputado estadual, federal ou senador. Muito menos de prefeito, governador ou presidente da República.
Enquanto isso, adversários sem tamanho privilégio ficam sempre em desvantagem.
Concorrem de patamar inferior, sem o dinheiro do erário. Isso não é democracia. Por essa e por outras a renovação nos quadros políticos é tão lenta e tênue.
Um exemplo da distorção é o uso de "verba idenizatória" (veja AQUI) na Câmara Federal e Senado. Tudo pago pelo contribuinte. Será que na prática não estamos diante de financiamento público de pré-campanha?
Essa proposição segue a vocação multissecular nacional, para se promover o transplante de modelos de outros países, sem que atentemos para a realidade nativa.
Embutido, há sempre o caroço da esperteza e raramente se evidencia o interesse na melhoria das instituições e da sociedade.
O que é bem nosso é a "Lei do Gérson", no esporte de levar vantagem em tudo. CS
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