Em esquina de rua, mesa de bar, reunião de amigos ou em qualquer outra confraria a opinião é quase unânime: a classe política brasileira não presta.
Os sucessivos escândalos, alimentados pela impunidade e pouca disposição de trabalho, principalmente nas casas legislativas, justificam a decepção popular. Ao mesmo tempo, um contraste: o povo que condena o político é o mesmo que o elege.
Estudos científicos apontam várias justificativas. Aceitáveis. No entanto, nenhuma delas é mais forte do que a máxima de que brasileiro gosta de votar. É verdade.
O eleitor vai às urnas não pela obrigação prevista em lei, mas com o sentimento democrático de cumprir o dever de cidadão. Talvez, e provavelmente, quem recebe o voto esteja no degrau de importância bem abaixo do simples exercício da democracia. Daí, a sobrevivência de políticos desqualificados.
E, como promover uma assepsia na área? Só com o tempo. O brasileiro precisa exercitar mais o voto, participar ativamente de todas as disputas eleitorais, pois só assim aprenderá a usar a sua arma democrática. É possível acreditar que estamos no caminho certo em busca da qualidade de nossos representantes legais.
Louve-se, aí, a luta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de impedir que os chamados “fichas sujas” continuem ocupando os espaços que deveriam ser das pessoas honestas. Nas eleições 2010, um alento: o TSE possibilitará que o eleitor conheça a vida pregressa dos candidatos.
Eles, os candidatos, terão que apresentar as certidões criminais e os dados serão disponibilizados no site da Justiça Eleitoral.
A partir daí, o eleitor terá uma espécie de “guia da transparência” e, assim, condições de escolher nomes que possam representá-lo com dignidade. É um começo de uma estrada que tem endereço certo: a reconstrução da política brasileira
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