A Seleção Brasileira ocupou quase todo noticiário da semana. Emissoras de televisão e rádio, jornais, revistas e a internet disputaram a melhor notícia, ao mesmo tempo em que ofereceram ao telespectador-ouvinte-leitor manchetes idiotas, do tipo: “Daniel Alves de barba fura a fila para comprar bilhete” ou “videogame tem Júlio Baptista X Felipe Melo”.
Porém, nada grave para uma massa popular que parece anestesiada em ano de Copa do Mundo. Faz parte do show. Gosto de futebol.
Mais do que isso: sou louco por futebol. Teria seguido a carreira de jogador de futebol se o jornalismo não tivesse me conquistado. Melhor assim. Assisto a um jogo no subúrbio com a mesma atenção que vejo a um clássico brasileiro, europeu ou a Copa do Mundo. A emoção surge de acordo com a disputa.
Sabia que tem partida de futebol amador que mexe com a gente? Loucura à parte, não me permito a idiotice de alterar comportamento ou atitude por um evento que acontece a cada quatro anos, onde o capitalismo da bola, por 30 dias, substitui a verdadeira essência do futebol.
Noutro dia, diante das câmeras, o auxiliar técnico da Seleção Brasileira, ex-jogador Jorginho, incomodado com uma pergunta do jornalista, bradou que os jogadores da Canarinha mereciam todo o respeito da imprensa, pois iriam para a Copa do Mundo por amor à pátria e respeito à nação.
Discurso politicamente correto, afinal, num País de dependentes do Bolsa Família, o surgimento de heróis parece simples. Que o diga Pedro Bial e o seu BBB. O que Jorginho não falou, nem poderia, nem vai falar, é que os heróis da amarelinha, mais do que correr pela nação, estarão de olho na bolada milionária.
Pasme: se o Brasil conquistar o hexa, cada “herói” receberá um prêmio de R$ 1 milhão. Vou repetir: R$ 1 milhão. Um tapa na cara da pobre massa alienada que corre atrás do ônibus da seleção, vai a treinos e a hotéis para tentar, pelo menos, vê ou pegar na mão de um herói de chuteira. Essa é a parte do futebol que não gostaríamos de assistir.
Mas... O esporte da mutidão também tem suas deformidades. Infelizmente.
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