Nas eleições de 2006, o Tribunal de Contas da União (TCU) ofereceu uma lista de 2.900 nomes que apresentaram irregularidades no exercício de cargos ou funções públicas nos últimos cinco anos. Estariam inelegíveis se na época existisse a lei do Ficha Limpa.
A intenção do TCU, acompanhado pelos Tribunais de Contas dos Estados (TCEs), era oferecer à Justiça Eleitoral um suporte para impedir ex-gestores e políticos que não tiveram zelo com o dinheiro público.
Agora, com o Ficha Limpa em vigor, o TCU enumera quase oito mil pessoas que não passam na triagem da nova lei. São ex-governadores, ex-prefeitos, ex-presidentes de Assembleias Legislativas, de Câmaras Municipais e ex-secretários que tiveram as suas contas reprovadas por “irregularidades insanáveis” e que foram condenados a devolver dinheiro ao erário.
Daqui a dois anos, nas eleições municipais, o projeto moralizador pegará muitos políticos corruptos. Por consequência, é possível imaginar, a partir da varredura, o início da limpeza na vida pública, com o surgimento de novos políticos.
A substituição parece inevitável. Então, esse debate de que se o Ficha Limpa não entrar em vigor já a partir das eleições 2010 perderá a sua importância está equivocado.
O projeto, que nasceu do apelo popular, entendido pelo Congresso Nacional e pelo presidente Lula, que o transformou em lei, cumprirá o seu papel, de forma efetiva, mais lá na frente, o que abrirá a perspectiva de um futuro melhor na política brasileira
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