Na última sexta-feira, a Itália ficou "sem voz". Uma greve dos jornalistas em protesto contra o projeto de lei das escutas telefônicas calou praticamente todos os jornais do país. A televisão, a internet e o rádio também pararam. A greve durou 24 horas.
O projeto de lei é chamado pelos jornalistas de "lei da mordaça". Além de reduzir o tempo do grampo e dificultar o uso de escutas nas investigações, ele proíbe qualquer publicação de conversas gravadas. Quem desobedecer poderá ser preso ou pagar multa.
A lei também corta a voz dos promotores que não poderão mais falar na televisão sobre os processos sob os seus cuidados, sob a pena de serem afastados.
O projeto foi apresentado e é apoiado pelo primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, desafeto de grande parte da imprensa e investigado por corrupção, teve imagens de festas privadas com garotas de programa divulgadas por jornais e emissoras de televisão.
A imprensa italiana vem constantemente explicando ao cidadão que, se a proposta virar lei, é ele quem vai ter violado o seu direito constitucional à informação.
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