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'PT cresceu para trás como rabo de cavalo', diz presidente da sigla em Cuiabá

(Vilson Aguiar) - Nas eleições gerais em Mato Grosso todos os partidos da base aliada, tanto em nível federal, como estadual, foram vitoriosos mantendo ou aumentando as bancadas estaduais e federais com exceção de um, o partido que elegeu a presidente da República Dilma Rousseff (PT).

Vamos aos fatos. Com um discurso de que a fila tinha que andar, Abicalil e seu grupo impuseram a maior derrota da história para o PT de Mato Grosso. Nós, do PT, durante toda vida partidária, sempre tivemos grandes disputas, mas nunca ninguém tirou o espaço eleitoral do outro, mesmo quando, às vezes, o outro expressava esta vontade. Eles começaram a construir os fatos desde 1996, quando o “campo majoritário” e os “pés no chão” não deixaram o partido ter candidato à prefeitura de Cuiabá.

Já em 2000, o partido saiu da eleição na Capital com duas vereadoras eleitas e, mais uma vez, um fato tira o brilho da grande atuação do PT: o atentado ao companheiro Sivaldo. Em 2002 todos aqueles, dentro do PT, que tinham certeza da derrota de Serys como senadora já comemoravam, mas o povo de Mato Grosso foi sábio.

Em 2004 um partido unido com o fim muito ruim do ponto de vista ético e financeiro. Em 2006, elegemos dois deputados estaduais e um federal, mesmo com a existência dos “aloprados”, que o tempo todo tentaram colocar todos nós do PT na vala comum da corrupção. A eleição de 2008 é marcada pela primeira experiência de coligação na Capital, pois as lideranças do PT diziam que o passivo da dívida de 2004 era um grande problema para o partido.

Indo a 2010 a tática da direção do PT foi um desastre total. Abicalil dizia que já era o senador do Brasil e imaginava que levaria esta eleição de “barbada”, porque a fila tinha que andar para Ságuas Moraes, deputado federal, e Alexandre César, que buscava uma vaga na Assembleia. Eles tinham tanta certeza de que seriam eleitos que já sonhavam em acabar de vez com estas minorias que tanto os incomodam e não deixam de fiscalizar.

Assim, mesmo Alexandre César trata a eleição de 2006 como um atraso para o partido. O que ele deverá dizer de 2010, quando o partido fez mais de 120 mil votos e só elegeu um deputado estadual, mesmo tendo quadro para elegermos três? Sob o comando de Abicalil, o partido decidiu pela retirada de todos da chapa, porque o plano nacional era mais importante e a tática era eleger os três. Mesmo assim, o senador perdeu em Cuiabá para todos os candidatos ao Senado, ficando em 5º lugar na Capital.

Tem um velho ditado: “passarinho que come pedra sabe o bico que tem”. Quando não se combina com o eleitor, já se sabe o resultado final. Em Mato Grosso o que não faltam são exemplos como: Júlio Campos e Carlos Bezerra, Antero Paes de Barros e Roberto França, Maksuês Leite e Júlio Campos. Como será que a CNB (Construindo um Novo Brasil) chamará esta eleição de 2010?

O PT neste último pleito foi um verdadeiro fracasso, tanto do ponto de vista eleitoral como na sua tática de construção desta eleição. Já dizia o companheiro Luiz Inácio Lula da Silva, no início dos anos 90 em uma das suas caravanas da cidadania que passaram por Mato Grosso durante um discurso no pátio da Igreja do Rosário, em Cuiabá, que o salário dos trabalhadores daquela época só crescia como rabo de cavalo, ou seja, para baixo. Assim foi o crescimento do PT de Mato Grosso nessas eleições. Só para lembrar que a fila andou... mas para trás.

Vilson Aguiar é professor e presidente do PT de Cuiabá e da Associação de Moradores do bairro Santa Isabel

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