No escândalo nada republicano do PR, uma coisa é certa: “para procurar a origem de toda a confusão, basta olhar para dentro do partido. O senador Magno Malta, líder do PR na Casa, dá a senha sem rodeios. Ele diz que toda legenda “tem fogo amigo”.
Nem tentou despistar. A razão do apoio da cúpula do PR ao ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, tem nome e sobrenome. Atende por Valdemar da Costa Neto (SP), ex-presidente nacional do partido. A queixa de boa parte dos senadores e de parte da bancada na Câmara dos Deputados é de que Valdemar se considera dono da legenda até hoje.
E olha que ele é uma das estrelas do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal. Aliás, um dos poucos sobreviventes entre os réus da ação. Onde está Valdemar no meio da confusão no Ministério da Saúde? Ninguém sabe, ninguém viu.
O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, achou que seu partido iria lograr êxito com a chance dada por Dilma Rousseff ao não demiti-lo, ontem, junto com o resto da cúpula do ministério. Não deu certo. Tomou pé na bunda, hoje! Funcionou com o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, mas deu errado, como aconteceu com o ex-ministro chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. O tempo, como disse o “filósofo” Fernando Collor de Mello, é o “senhor da razão”.
O apoio que recebeu em seu próprio partido, no entanto, tem um motivo que não importa o resultado que Nascimento vai conseguir. O objetivo é atingir Valdemar, que se considera dono do partido e brigou com o deputado Sandro Mabel (PR-GO), querido na bancada, porque ele insistiu em se candidatar a presidente da Câmara. A vingança, como se vê, é um prato que se come frio também entre os republicanos. Eduardo Homem
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