Romilson Dourado
Cinco dias depois de ter acusado o deputado Wellington Fagundes, presidente regional do PR, de pressionar o Dnit em favor da Delta Construções, alvo de investigação no país, o ex-diretor-geral do órgão Luiz Antonio Pagot assina carta de desfiliação da legenda republicana.
Este blog apurou que o documento, oficializado junto ao TRE-MT, vai ser protocolado nesta segunda à tarde junto ao diretório municipal de Cuiabá, presidido por Eder de Moraes, que "caiu" da Secopa e vai assumir no decorrer desta semana a presidência da Ager-MT.
Pagot tomou a decisão para evitar contransgimentos internos. Enfatiza que precisa continuar agindo com liberdade. Ele se prepara para sustentar as acusações, caso venha a ser ouvido pela CPI do Cachoeira no Congresso Nacional.
As declarações de Pagot repercutem em todo país. Wellington se vê uma saia-justa. Por causa da pecha de lobista de uma empreiteira afundada em denúncias de irregularidades, o deputado não encontra ambiente para se tornar o próximo secretário da Secopa e nem o próprio governador Silval Barbosa tem mais esse interesse. Curiosamente, ele comanda um partido do qual Pagot fazia parte. Nos bastidores, o comentário é de que Pagot, que foi trator do governo Blairo Maggi nos postos de secretário de Infraestrutura, Casa Civil e Educação, estaria com bronca do parlamentar, achando que este se juntou a outras figuras políticas, como Valdemar da Costa Neto, para derrubá-lo do Dnit.
Pagot ajudou a fundar o PR em Mato Grosso junto com o padrinho político, ex-governador e senador Maggi, a quem consultou antes de pedir desligamento partidário. A legenda republicana se tornou a maior no Estado em número de ocupantes de cargos eletivos, chegando a comandar 33 prefeituras e com bancada de 7 deputados na Assembleia. Por causa do surgimento do PSD e da perda do comando do Palácio Paiaguás para o PMDB de Silval Barbosa, o PR perdeu forças. Apesar disso, ainda controla 6 secretarias de Estado e 5 empresas e autarquias, tem 23 prefeitos e mantém o mesmo número de parlamentares na AL.
Desde quando concedeu entrevista à revista Época, na semana passada, e disparou a metralhadora verbal, pontuando que foi exonerado pela presidente Dilma Rousseff por causa de armação do contraventor Carlinhos Cachoeira e da Delta Construções e por lobby de parlamentares, como Wellington, que queria que o Dnit fosse menos exigente com a Delta na construção do asfalto da BR-163, a crise no PR implodiu. Wellington tentou, sem êxito, contato com Pagot. Procurou Maggi e foi recebido com uma certa frieza. O senador foi enfático ao dizer que "não é responsável pelas declarações de Pagot, que é maior de idade e sabe o que faz.
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