O braço da Telexfree no Brasil está trabalhando em um “mutirão de devolução” para quem investiu dinheiro no negócio, diz Carlos Roberto Costa, um dos diretores da empresa. Costa nega que a empresa, bloqueada ante a acusação de ser uma pirâmide financeira, esteja em funcionamento, como foi denunciado pelo programa “Fantástico”, da Rede Globo, do último domingo (18).
A reportagem mostrou funcionários trabalhando no escritório da Telexfree em Vitória. “Essas pessoas [no escritório da Telexfree] estavam trabalhando no mutirão da devolução. Elas não estão no atendimento do cliente até porque a Ympactus [razão social do braço brasileiro] está totalmente paralisada, cumprindo a liminar [de bloqueio]“, disse Costa num vídeo publicada na noite de segunda-feira (19) numa rede social.
Segundo Costa, uma proposta de devolução do dinheiro aos divulgadores – como são chamadas as pessoas que investiram no negócio – deverá ser apresentada à Justiça em breve. O diretor da Telexfree também negou, novamente, que a empresa seja uma fachada para uma pirâmide financeira bilionária, como acusam autoridades brasileiras e americanas. James Merrill, um dos criadores da Telexfree, está preso nos Estados Unidos. Outro, o brasileiro Carlos Wanzeler, é considerado foragido. A Securities and Exchange Comission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) encontrou indícios de que o negócio levantou US$ 1,2 bilhão (R$ 2,7 bilhões) em todo o mundo.
Processo pede devolução e extinção de atividades
O bloqueio às atividades da Telexfree foi determinado pela 2ª Vara Cível de Rio Branco em junho de 2013, a pedido do Ministério Público do Acre (MP-AC). Em novembro do mesmo ano, os promotores propuseram um termo de ajustamento de conduta (TAC) pelo qual a Telexfree devolveria o dinheiro aos divulgadores e extinguiria suas atividades.
Os representantes da empresa, entretanto, não aceitaram e, em janeiro, propuseram devolver o dinheiro contanto que pudessem dar continuidade ao negócio – o que não é admitido pelos promotores. Uma ação do MP-AC que prevê a extinção da Telexfree e o ressarcimento dos divulgadores aguarda julgamento desde junho de 2013 na 2ª Vara Cível de Rio Branco. A Telexfree chegou a ser multada por atrapalhar o andamento do processo.
Terra
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