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Eder e advogados são alvos do MPF

KAMILA ARRUDA

O ex-secretário de Estado Eder de Moraes (PMDB) é novamente alvo do Ministério Público Federal (MPF). Desta vez, o peemedebista e os advogados Kleber Tocantins Matos e Alex Tocantins Matos foram denunciados por suspeitas de fraude em pagamentos de precatório.
Pesa sobe Eder à acusação de corrupção passiva, enquanto os juristas são suspeitos de lavagem de dinheiro e corrupção ativa.

A denúncia foi protocolada na Justiça Federal na última segunda-feira (20).
Conforme o MPF, os denunciados agiram em conluio no sentido de burlar a ordem cronológica de pagamento dos precatórios por parte do Governo do Estado. A intenção era beneficiar a empresa Hidrapar Engenharia Civil Ltda. na execução de um pagamento de R$ 19 milhões em precatório.

O objetivo era angariar recursos para o pagamento de dívidas de campanha eleitoral, bem como para abastecer o “caixa dois” do grupo político do qual Éder fazia parte. O peemedebista levou R$ 5 milhões para articular toda a fraude.

O começado quando os irmãos Tocantins propuseram ações de cobrança, em nome da Hidrapar, para receber do Governo do Estado dívidas pela prestação de serviços para a extinta Sanemat.

“Paralelamente à tramitação da ação de cobrança, os advogados e o então secretário estadual de Fazenda combinavam um acordo que beneficiaria os dois lados envolvidos, mediante o cometimento de crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro”, diz trecho da denúncia. O crime de lavagem de dinheiro teria se configurado no repasse da propina de R$ 5,25 milhões as empresas indicadas por Eder. Para tanto, os denunciados teria contado com o “apoio” do empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o "Júnior Mendonça", proprietário das empresas Globo Fomento Ltda. e Amazônia Petróleo, tido pela Polícia Federal como pivô da Operação Ararath.

O montante teria sido repassado para a conta do escritório de advocacia para a Globo Fomento após a execução do pagamento do precatório. “Mediante a simulação de operações de fomento mercantil (antecipação de crédito), os denunciados tentaram dar a falsa aparência de legalidade ao esquema. Primeiramente, o ex-secretário de Fazenda Éder de Moraes determinou que o precatório em nome da Hidrapar Engenharia furasse a fila de pagamento de precatório. Assim, foram transferidos R$ 19 milhões, divididos em duas parcelas, da conta do Estado de Mato Grosso para a Tocantins Advocacia", explicou o MPF.

Conforme a denúncia, dos R$ 5,25 milhões em propina, R$ 4 milhões seria destina ao pagamento de um débito contraído pelo governador Silval Barbosa (PMDB) para custear a campanha eleitoral do PMDB em 2008. O empréstimo foi contraído junto a Junior Mendonça.
O restante ficaria como crédito para ser usado em outra oportunidade, iniciando o sistema de “conta-corrente” operado por intermédio das empresas Globo Fomento e Amazônia Petróleo.

No entanto, em uma terceira fase da operação de dissimulação, o MPF afirma que o recurso foi transferidos para a esposa de Éder, Laura Tereza Costa, bem como para as empresas República Comunicação, ADM Comércio e Distribuidora de Serviços, Real Sports ADM e Jornal Resumo do Online.

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