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Entenda a zona na Petrobras


» Em março, a Polícia Federal prendeu, durante a Operação Lava a Jato, o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Ele era acusado de ter envolvimento com o doleiro Alberto Youssef (foto), que teria desviado R$ 10 bilhões. Ele foi acusado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

» Costa, à época, era investigado pelo Ministério Público Federal pela compra da refinaria de Pasadena, no Texas, negócio que teria causado prejuízo de R$ 1 bilhão à estatal. Quando foi preso em casa, ele tentava destruir prova de seus negócios com o doleiro por meio de um empresa de consultoria que montou cinco meses depois de deixar a Petrobras. Na casa do ex-diretor da Petrobras foram apreendidos R$ 700 mil e US$ 200 mil em espécie.

» Entre os primeiros alvos da investigação estavam o superfaturamento nas obras de construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, em mais de R$ 400 milhões, e a compra da refinaria de Pasadena,
nos Eua.

» Em abril, com o aprofundamento das investigações, a Polícia Federal fez uma investida também nos nomes da mulher e dos filhos de Costa. De acordo com documentos apreendidos, a família, incluindo os genros, gastou mais de R$ 10 milhões em imóveis e em uma lancha de alto padrão, nos últimos cinco anos.

» Em agosto, incomodado com a investida dos federais nos negócios de sua família e diante da troca de seu advogado, o ex-dirigente negociou com o Ministério Público Federal a delação premiada. Para isso, teria que apresentar fatos novos e prova das acusações.

» As sessões de depoimento para a delação tiveram início no dia 25 de agosto e foram acompanhadas por representantes do Ministério Público Federal, PF e o advogado de Costa. Neles, o ex-diretor da Petrobras disse que políticos dos partidos PP, PT, PMDB e PSB recebiam propina de 3% do valor de contratos da estatal para financiar suas campanhas.

» Segundo a revista Veja, Costa denunciou que participavam do esquema empreiteiras, o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão (PMDB-MA), os governadores e ex-governadores Eduardo Campos (PSB-PE), Roseana Sarney (PMDB-MA) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ), além dos deputados Cândido Vaccarezza (PT-SP), Henrique Eduardo Alves (PMDB- RN), João Pizzolatti (PP-SC), Mário Negromonte (PP-BA), Ciro Nogueira (PP-PI), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR). Afirmou ainda que o intermediário das transações era o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto (SP).

» Na primeira semana de agosto, os depoimentos de Paulo Roberto Costa (foto), que foram todos gravados e criptografados, foram remetidos ao ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavasck, para análise. Até ser concedido o benefício da delação premiada, todas as acusações do ex-dirigente terão que ser investigadas pela PF. Caso se comprovem, Costa pode cumprir uma pena, que chegaria a 50 anos, em liberdade, com o simples uso de tornozeleiras.

» Em 30 de setembro, o ministro Teori Zavascki – relator do processo da Operação Lava a Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), em razão do envolvimento de políticos com foro privilegiado – referenda o processo de delação premiada de Costa e determina que ele passe a cumprir prisão domiciliar. No mesmo dia, o ex-diretor deixou a carceragem da PF em Curitiba com destino ao Rio de Janeiro.

» Em outubro, o juiz federal do Paraná, Sérgio Moro, que preside a instrução do processo resultante da Operação Lava a Jato, divulgou depoimentos de Costa sob a alegação de que o caso não corria em segredo de Justiça, confirmando o pagamento de propina dos contratos superfaturados a agentes políticos e empreiteiras. No entanto, em razão do foro privilegiado, os nomes dos políticos, num total de 28, não foram divulgados. 

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