CLÁUDIO MORAES
DO FOLHAMAX
O
presidente do Tribunal Regional Federal (TRF), desembargador Cândido Ribeiro,
negou na noite deste domingo (30) dez pedidos de habeas corpus solicitados por
presos durante a Operação Terra Prometida.
A
Polícia Federal cumpre desde a última quinta-feira 227 mandados de prisão,
condução coercitiva e busca e apreensão no combate a um esquema de grilagem de
terras na região Norte de Mato Grosso, em áreas destinadas para assentados.
Na
lista de detidos que tiveram as prisões mantidas pelo TRF estão os produtores
rurais Natal Deliberalli e Rui Schenkel (PR), vice-prefeito da cidade de
Itanhangá.
Eles
são apontados como líderes do esquema que pode ter provocado um rombo de R$ 1
bilhão na legalização de áreas produtivas com participação de servidores do
Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Natal
é dono de duas fazendas, uma com 6 mil e outra com 12 mil hectares, tendo
aproximadamente 30 lotes do assentamento. Conhecido como Rui Cerradão, o
vice-prefeito, além de ocupar lotes no assentamento, ele é acusado pela Polícia
Federal de sua influência na prefeitura e com outros políticos de Mato Grosso,
agindo como braço da organização.
Ontem,
o juiz federal Pedro Francisco Silva também havia negado vários pedidos de
revogação de prisões temporárias.
Ele
manteve a detenção do ex-prefeito de Lucas do Rio Verde e diretor do Conselho
Administrativo da Fiagril, Marino Franz (PSDB), e também dos produtores rurais
Milton e Odair Geller, que são irmãos do ministro da Agricultura, Neri Geller
(PMDB).
A
decisão
Em
sua decisão, o ministro Cândido Ribeiro considerou que os argumentos
apresentados pelos advogados dos presos são sólidos diante da desnecessidade de
manter a preventiva. No entanto, ele explicou que decidiu manter a medida para
que seja definido um novo relator aos pedidos.
"A
decisão impugnada não se expõe com clareza quais os fatos concretos levados a
efeito pelos investigados para caracterização da medida cautelar. O fato é que
a investigação conduzida pelo âmbito da jurisdição de Diamantino demonstra a
possível ocorrência da prática de diversos delitos", diz o despacho obtido
com exclusividade pelo FolhaMax.
Cândido
Ribeiro ainda cita o fato do processo ter sido remetido também ao Supremo
Tribunal Federal diante da suspeita da participação de políticos com foro
privielgiado no esquema. Ele ainda pediu informações ao juiz federal de
Diamatino, Fábio Henrique Fiorenza, que terá um prazo de 48 horas.
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