Após redução até a década de 70, a população indígena voltou a
crescer em Mato Grosso e, em uma década - de 2000 a 2010, aumentou 48%. Os
dados fazem parte de um estudo feito pela pesquisadora Lauren Logsdon para a
conclusão de mestrado em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Mato
Grosso (UFMT). No início da década passada, 29.196 índios viviam em Mato Grosso
e, 10 anos depois, esse número aumentou para 43.226.
Em 2010, os indígenas das 48 etnias existentes no estado
representavam 1,16% da população e, atualmente, 3,98%, de acordo com a
pesquisa. Além disso, os índios mato-grossenses correspondem a 5,26% da
população indígena brasileira.
As terras indígenas mais populosas são a Pareci, em Tangará da
Serra, a 242 km de Cuiabá, com 838 moradores, e o Parque do Xingu, na região
nordesde do estado, que conta com 4812 habitantes em 9 municípios. A terceira
com maior população é a terra indígena Parabubure com 3819 indivíduos
distribuídos nos municípios de Campinápolis e Nova Xavantina, de acordo com dados
do Instituto Socioambiental (ISA).
Nos 10 anos pesquisados, Barra do Garças, Brasnorte, Canarana,
General Carneiro, Juara e Peixoto de Azevedo apresentaram os maiores índices de
natalidade. Segundo a pesquisa, Cuiabá foi o único município que teve diminuição
da população indígena. Contudo, a queda foi inferior a 1%, que corresponde a
redução de 80 pessoas.
Volta ao campo
A pesquisa apontou ainda que houve redução no número de índios
vivendo nas áreas urbanas de Mato Grosso. Em 2000, 74,83% da população morava
na zona rural e, 10 anos depois, esse percentual passou para 83,96%. "As
pirâmides etárias dos indígenas para os anos estudados apresentaram população
bastante jovem, com base larga que se estreita conforme aumenta a idade",
diz a pesquisa.
O município com maior crescimento populacional foi Peixoto de
Azevedo, que apresentou uma taxa de crescimento populacional, de 12,76% ao ano,
e Cuiabá, a menor taxa.
Na área urbana, o município que mais apresentou crescimento no
número de índios foi Canarana, a 838 km da capital. Aumentou em 16,56% a cada
ano a quantidade de índios vivendo na zona urbana desse município.
Homens representam a maioria dos índigenas mato-grossenses (Foto:
Daniel Dino/ Secom-MT)
Homens representam a maioria dos índigenas mato-grossenses (Foto:
Daniel Dino/ Secom-MT)
Maioria homens
Apesar de ter nascido mais mulheres, os homens ainda continuam
sendo maioria nas comunidades índigenas. Em 2000, eram 106,2 homens para cada
100 mulheres e, em 2010, caiu para 101,47 para o mesmo grupo de mulheres. Já na
zona urbana há mais mulheres. São 90,67 homens para cada 100 mulheres.
Pesquisa
A intenção da pesquisadora era reunir dados quantitativos sobre os
índios do estado. Ela argumenta que os povos têm características específicas
que precisam ser estudadas e desenvendadas. "Além de dados qualitativos,
que vêm de longa data sendo estudados por antropólogos, é necessária a obtenção
de dados quantitativos, de interesse da demografia, para identificar as
necessidades específicas desta população. Desta maneira, a necessidade das
informações quantitativas é crescente", pontuou.
Autor: G1 MT
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