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MPE investiga empresa suspeita de "pirâmide financeira" em Cuiabá

PRISCILLA VILELA


O Ministério Público Estadual (MPE) determinou a instalação de inquérito para apurar a suposta prática de crime de "pirâmide financeira" pela empresa One Thor, em Cuiabá.

A decisão, assinada pelo promotor Alexandre Guedes, do Núcleo de Defesa da Cidadania e do Consumidor, foi baseada em dados enviados à 7ª Promotoria Cível da capital pelo Ministério Público de Minas Gerais.

Segundo o promotor, a suspeita é de que a One Thor usaria o "disfarce" de empresa de marketing multinível, para aproveitar dados cadastrais de pessoas que se propõem a ser “parceiras” na venda de produtos ofertados em catálogo, para fazer a divulgação do nome da companhia.


“A mesma não teria como finalidade a comercialização de produtos em marketing multinível, mas sim a pura e simples captação de cadastramento de pessoas para que estas atuassem no sistema de divulgação da empresa, as quais seriam remuneradas não pela venda propriamente dita de seus itens, mas pela atração de novos integrantes”, diz trecho da portaria.

Se confirmada a irregularidade, a empresa será formalmente acusada de causar danos e lesões à ordem econômica e social, já que pode alcançar um grande número de pessoas.

A One Thor possui sede na cidade de Hong Kong, na China, mas possui “parceiros” em mais de 100 países, sendo uma das cidades de atuação a capital de Mato Grosso.

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Em sua página na internet, a companhia afirma que atua no e-commerce e o marketing multinível e que, para isso, se baseia em “valores como a integridade, a inovação, a excelência e, principalmente, na valorização do ser humano”.

A empresa não possui telefone, sendo que o contato e mesmo o cadastramento de vendedores são feitos online, em um endereço eletrônico.

Para Cuiabá, é disponibilizada apenas uma página no Facebook, na qual os vendedores e interessados podem manter contato.

Pirâmide

A pirâmide financeira é um modelo comercial previsivelmente não-sustentável, que depende basicamente do recrutamento progressivo de outras pessoas.

O esquema, segundo o MPE, pode ser mascarado com o nome de outros modelos comerciais que fazem vendas cruzadas, como o marketing multinível (MMN), que são legais. ]

A maioria dos esquemas em pirâmide tira vantagem da confusão entre negócios autênticos e golpes complicados, mas convincentes, para fazer dinheiro fácil.

Em 2013, em todo o Brasil, "estourou" uma onda de empresas que praticavam a pirâmide financeira.

Ganharam fama no país a TelexFree e a BBom.


No mesmo ano, o MPE obteve ação que proibiu a atuação desse tipo de comércio em Mato Grosso.

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