CAMILA RIBEIRO
O presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou,
nesta sexta-feira (24), que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 182/07),
que trata da reforma política, deverá votada pelos parlamentares até o mês de
maio, abrindo a possibilidade para que ela já seja aplicada nas eleições de
2016.
Entre as principais modificações, que podem ocorrer no próximo pleito
eleitoral, estão o fim da reeleição e o aumento do tempo de mandato de quatro
para cinco anos.
Para isso, é preciso que a proposta passe pela Câmara, seja
aprovada também no Senado Federal até o mês de outubro, já que é necessária a
homologação da presidente Dilma Rousseff (PT), em até um ano antes das
eleições.
"Se houver vontade política do Senado, igual há vontade
política da Câmara, acredito que possa valer nas próximas eleições" “Nossa
expectativa é realizar a votação até maio. Aí, então, o Senado tem até início
de outubro para fazê-lo. Se houver vontade política do Senado, igual há vontade
política da Câmara, acredito que possa valer nas próximas eleições”, disse
As declarações do presidente da Câmara foram feitas durante à
tarde, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, no comando do projeto Câmara
Itinerante, que discute, além da reforma política, temas polêmicos como o pacto
federativo.
Durante a sessão, Cunha também defendeu o financiamento privado de
campanha, o voto distrital para o Legislativo e a coincidência de datas para
eleições gerais.
Este último ponto também é defendido pelo deputado federal por
Mato Grosso, Valtenir Pereira (PROS), que é membro da comissão que discute a
reforma.
Valtenir explicou que a ideia é coincidir as eleições para o Poder
Legislativo (vereador, deputados estadual e federal, além de senador) em um
único ano e, dois anos depois, o pleito para escolha dos cargos do Executivo
(prefeito, governador e presidente).
O presidente da Câmara afirmou que, “se terminar esse ano com a
realização da reforma política já para as eleições de 2016 e o Pacto Federativo
revisto, estarei satisfeito com o meu mandato de presidente”.
“Última cartada”
O relator da comissão especial da reforma política, deputado
federal Marcelo Castro (PMDB - PI), disse que essa é a última oportunidade de
se conseguir realizar a votação da reforma.
"Se não conseguirmos votar a reforma dessa vez, será um
atestado definitivo de que não votaremos nunca. E aí, então, deixaremos o país
apodrecer neste sistema anômalo" “Se não conseguirmos votar dessa vez,
será um atestado definitivo de que não votaremos nunca. E aí, então, deixaremos
o país apodrecer neste sistema anômalo”, afirmou Castro.
O relator, durante a sessão, citou alguns daqueles que ele
considera os principais problemas da política brasileira. A começar pelos altos
custos das campanhas eleitorais.
“O mais complicado, o cerne dessa discussão toda, é a mudança do sistema
eleitoral atual e o financiamento de campanha. Precisamos diminuir os custos
das campanhas e diminuir de maneira drástica a influência econômica”, disse
ele.
Em seu entendimento, caso não haja a redução da influência
econômica nas campanhas, “não haverá a verdadeira democracia e o respeito ao
princípio da igualdade que hoje estão longe de acontecer no país”.
Por fim, o relator afirmou que é preciso “discutir essas questões,
aprovar a reforma para reaproximar a classe política à sociedade, que hoje
protesta e diz que não se sente representada”.
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