CAMILA
RIBEIRO E LUCAS RODRIGUES
Maluf, Romoaldo, Savi Ricard prestaram depoimento na Vara do Crime Organizado |
A
Justiça retomou, na tarde desta quinta-feira (15), as oitivas das audiências de
instrução e julgamento da ação penal na qual o ex-deputado José Riva (PSD) é
acusado de liderar um suposto esquema de desvio de R$ 61 milhões dos cofres da
Assembleia Legislativa, entre os anos de 2005 e 2009.
O
deputado estadual Romoaldo Júnior (PDB) - que presidiu a Casa no período em que
Riva esteve afastado – afirmou, em seu depoimento, que a Assembleia realizava
uma série de serviços que não eram de sua competência.
Durante
audiência presidida pela juíza da 7ª Vara de Combate ao Crime Organizado, Selma
Rosane, o deputado disse que esses serviços que passaram a ser prestados pela
Casa teriam contribuído para os gastos elevados do Legislativo.
"Eu
acho que a Assembleia fez um papel que não era dela. O papel dela era só
legislar, mas aí começou a querer atender todo mundo e a demanda foi crescendo.
A AL fornecia passagens e, se morria alguém, a Casa fornecia caixão. Tudo que
se pedia era atendido", afirmou.
Ao
ser questionado pelo membro do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado
(Gaeco), promotor Marco Aurélio, sobre os “mimos” que eram ofertados pela
Assembleia, Romoaldo disse que eles eram pagos com a verba indenizatória
recebida pelos parlamentares.
“Muitos
deputados usaram verba indenizatória até para fazer formatura. No passado a
gente fazia muito apoio da área de assistência social. Não é permitido, mas até
hoje a Assembleia faz isso”, disse.
Ainda
em seu depoimento Romoaldo comentou sobre o fato de, mesmo estando afastado da
presidência, o ex-deputado José Riva ter continuado a despachar no gabinete do
presidente.
"Fui
até o (Orlando) Perri [presidente do Tribunal de Justiça] uma vez, pois estava
perdido. Não sabia se o Riva estava afastado, se já tinha voltado. No gabinete
haviam tirado a foto dele. A imprensa cobrava que eu ficasse no gabinete,
fiquei até com vontade de despejá-lo. Mas aí, ele conseguia decisão favorável
para voltar", disse o parlamentar.
"Mas,
como ele não se intrometia na minha administração, continuei em meu gabinete e
não no da presidência", justificou.
Oitivas
Além
de Romoaldo, prestaram depoimento o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado
(TCE) e ex-deputado estadual, Sérgio Ricardo, e os deputados Guilherme Maluf
(PSDB) e Mauro Savi (PR). Todos, na condição de testemunha de defesa do
ex-presidente da Assembleia.
Ao
final da audiência, a defesa de Riva,
que está preso no Centro de Ressocialização da Capital desde o dia 21 de
fevereiro – pediu a revogação da prisão.
A
juíza Selma Rosane, por sua vez, disse que irá aguardar o Ministério Público
Estadual (MPE) se manifestar, para somente depois proferir sua decisão. CONTINUE LENDO AQUI
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