Michel Temer (PMDB-SP), vice-presidente da República, assumiu a coordenação política do governo para tentar salvar a presidente Dilma Rousseff de um vexame inesquecível.
Pressionada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, Dilma havia decidido tirar da coordenação política o ministro Pepe Vargas (PT-RS).
Eduardo jamais perdoou Pepe por ter operado para evitar sua ascensão ao cargo de presidente da Câmara.
Dilma convidou Eliseu Padilha (PMDB-RS), seu ministro da Aviação Civil, para substituir Pepe. E – pasme! – Eliseu recusou o convite. Alegou que se tornara pai recentemente.
Desculpa rota!
Uma vez que Temer assumiu a coordenação política, Padilha concordou em assessorá-lo na nova função. E hoje trabalha mais do que antes.
Não há data marcada para que Temer se despeça da coordenação política do governo. E nada, por enquanto, o obriga a deixá-la um dia.
Mas a ele foi encomendado que cuidasse da aprovação pelo Congresso do ajuste fiscal. E a aprovação vai bem, obrigado. Em breve estará liquidada.
Haverá sentido em que depois disso Temer continue tocando a coordenação política? O que acontecerá quando ele, como presidente do PMDB, discordar do que pense a presidente?
Temer, por exemplo, concorda com a tese de Eduardo de que a redução da maioridade penal é um assunto a ser tratado pelo Congresso – pelo governo, não.
Eduardo não só pensa assim como é favorável à redução da maioridade penal.
Dilma é contra. E orientou o ministro da Justiça a procurar a oposição para juntos encontrarem uma maneira de derrotar Eduardo.
Quanto a Temer… Como ficará na foto?
O ministro da Justiça substituirá Temer sempre que o vice-presidente for voto vencido dentro do governo?
Isso tem tudo para dar errado.
Por Ricardo Noblat
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