Em novo depoimento na tarde desta quarta-feira ao juiz federal Sérgio Moro, no âmbito da Operação Lava-Jato, o lobista Fernando Moura, que assinou acordo de delação premiada, afirmou que 3% dos valores dos contratos firmados na diretoria de Serviços da Petrobras durante a gestão de Renato Duque eram divididos em partes iguais pelo grupo petista de José Dirceu, em São Paulo, para o PT Nacional, inicialmente comandado por Delúbio Soares e depois por demais tesoureiros, e por Duque e seus subordinados. Amigo de Dirceu, Moura foi preso em agosto, na 17ª fase da Lava-Jato, na qual foi denunciado por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
“As primeiras conversas que a gente teve, negociei eu, ele (Duque) e Silvinho (Pereira), foi em relação às plataformas (de petróleo), da 51 a 56. E depois um oleoduto que ia sair e acabou não saindo. Nesse dia, a gente definiu que seria 1% pro núcleo São Paulo, 1% para o núcleo nacional, e 1% para a companhia, Renato Duque e seus gerentes. Três por cento do contrato ao todo”, explicou Moura, esclarecendo que o núcleo São Paulo era composto pelo PT paulista, sobretudo aliados do ex-ministro da Casa Civil e o núcleo nacional era comandado por Delúbio Soares e depois por outros tesoureiros do PT. Segundo apurou O Globo, Dirceu usava o dinheiro em campanhas de candidatos aliados.
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