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Pedagogia do Oprimido - resumo de Dorjival Silva

Autor: Paulo Freire
Resumo de Dorjival Silva

O livro mostra que por falta de conscientização, as camadas mais pobres da sociedade são oprimidas ao extremo, chegando mesmo a acatar sem discussão o que lhes é imposto pelas classes dominantes. Assim, os “esfarrapados do mundo”, obra para quem é dedicada pelo autor, vivem uma verdadeira opressão social, e especialmente, no universo educativo no campo educação/alfabetização de adultos. Desconhecedoras de seus direitos, nunca lutam pela chamada Pedagogia da Libertação.

O autor compara essa libertação necessária às classes menos favorecidas com um “parto”, onde elas precisam definitivamente abandonar a condição servil em que vivem. Ele menciona que por conta do medo imperante essas classes se submetem a todo tipo de “ordens” sem ao menos questioná-las.

O autor propõe que neste universo sombrio de opressão e domesticação seja trabalhada a conscientização como forma de resgatar essas pessoas da condição de aceitação em que vivem. Fazendo uso do pensamento marxista quando se refere à relação dialética subjetividade-objetividade – o que implicaria numa transformação total – teoria e prática, Freire enfatiza a necessidade da conscientização com objetivo de libertar os oprimidos da violenta opressão a que estão submetidos. É a busca de uma restauração completa do homem, o conduzindo para um viver generosamente autêntico, crítico, humano e não “humanista” comprometido com seu mundo, que se propõe ‘Pedagogia do Oprimido’.

Freire enfatiza que é usada uma concepção “bancária” como instrumento de opressão às classes menos favorecidas, condição da qual somente seriam libertas, mediante o fundamental papel da educação. Por esse prisma, o estudante é visto como indivíduo que não sabe de nada, alguém que recebe “conhecimento” daqueles que se julgam sabedores de tudo. O aluno é aquele que recebe “depósitos” na mente e os armazena daquele que se diz professor. O autor chama esse processo de alienação, uma vez que não há criatividade, nem tampouco saber transformador. Impera mesmo, a “cultura do silêncio” pelo fato de o professor detentor da palavra, criar no aluno a condição de sujeito passivo que não participa do processo educativo.

Para denunciar toda opressão contida na educação, Freire escreveu a bombástica frase: “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. O autor expõe as vísceras da educação “bancária” quando denuncia que ela torna possível a continuação da condição de opressora. Para reverter essa cruel realidade, seria necessário trabalhar a educação como prática da liberdade, o contrario da “bancaria”, que produz saber sem significação, incompleto e desassociado de senso crítico. Aponta ainda que para construir a libertação deveria ser trabalhada uma educação problematizadora, valorizando o diálogo, a reflexão e a criatividade.

Para se alcançar uma educação mais humana e revolucionária deve entrar no cenário, o diálogo. “... não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, na ação reflexiva”, diz Freire. Assim, antes “proprietário” da palavra, o professor também é obrigado a aprender a ouvir.
O conteúdo repassado em forma de doação ou impositivo é substituído por um processo de educação organizada, sistematizada, acrescida de elementos bem estruturados. Assim, é pautado o trabalho do educador-educando, dialógico e problematizador.

O trabalho a ser feito deve ter conteúdo programático, construindo temas geradores, metodologicamente, pautado na realidade do aprendente. (...) “o pensar dos homens referido à realidade, seu atuar, sua práxis”, enfatizando-se o trabalho em equipe de forma interdisciplinar. Para a alfabetização (de adultos) o destaque é feito através de palavras geradoras, já que o objetivo é o letramento, porém de forma crítica e conscientizadora.

A que se trabalhar a teoria dialógica, contrária à manipulação das classes menos favorecidas pela “cultura” através dos meios de comunicação. As massas precisam ser conduzidas ao dialogo, canal de libertação da harmoniosa opressão imperante. Freire diz ainda que uma das principais características da ação antidialógica das lideranças é a divisão para manutenção da opressão. A teoria da ação dialógica pautada pela organização e síntese cultural é forte arma de combate à manipulação se usada pela liderança revolucionária.

Por isso, a que se ter compromisso no processo de libertação das classes oprimidas, vistas como “mortos em vida”, devido às condições precárias em que vivem. Essas massas convivem com, além da miséria e as enfermidades físicas, as injustiças, vítimas de um regime que as mantém em condições indignas.

Paulo Freire destaque que nessa situação, os educadores devem assumir uma postura revolucionaria passando a conscientizar as pessoas da ideologia opressora. Trabalho sério com o objetivo de motivar as massas para a organização e o aprendizado da pronúncia do mundo, onde todo cidadão e/ou cidadã pode falar usa própria palavra. O autor observa que essa organização não pode ser autoritária.

Deve ser aprendida nos moldes pedagógicos, onde povo e lideranças aprendem a fazer juntos, buscando instaurar a transformação da realidade que os mediatiza.
O autor enfoca que se o opressor precisa de uma teoria para manter a ação dominadora, os oprimidos igualmente, precisam também de uma teoria para alcançar a liberdade. Uma liberdade baseada na confiança nas pessoas e na fé em todos os cidadãos e cidadãs, para que “seja menos difícil amar”.

Dorjival Silva - Jornalista e Pedagogo. Pós-graduado em Pedagogia Empresarial. Reside em Tangará da Serra - MT.