A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Manguinhos (zona norte do Rio de Janeiro), recebeu por volta das 19h40 deste sábado, 27, a segunda remessa do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), o princípio ativo para a fabricação da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. A matéria-prima será suficiente para a produção de 12,2 milhões de doses da vacina. Em março está prevista a chegada de mais três remessas do insumo.
Os lotes que saíram de Xangai, na China, às 7h35 de sexta-feira (horário local), aterrissaram às 18h05 deste sábado no Aeroporto Internacional do Galeão, na Ilha do Governador (zona norte do Rio). O produto, transportado à temperatura de – 55ºC, seguirá para o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz).
A nova remessa completa a quantidade de insumos necessários para a produção local de 15 milhões de doses do imunizante contra a covid-19. A primeira leva do IFA chegou à Fiocruz no dia 6 de fevereiro e era suficiente para 2,8 milhões de doses, que já estão sendo produzidas. A estimativa é que com as três novas remessas de março sejam entregues 27 milhões de doses até o final de abril. Até junho a Fiocruz espera ter recebido remessas de IFA suficientes para chegar à produção de 100,4 milhões de doses da vacina.
As vacinas feitas com as duas remessas do ingrediente ativo serão entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) após o deferimento do registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), cuja análise tem seguido de forma paralela à produção. A previsão é que o primeiro lote de 1 milhão de vacinas seja entregue na semana entre 15 e 19 de março, informou a Fiocruz.
Após a chegada do IFA em Bio-Manguinhos/Fiocruz, as amostras serão enviadas para o controle de qualidade. Após a liberação dos resultados, será realizado o descongelamento, seguido do processamento final, que acontece em quatro etapas: 1) formulação; 2) envase e recravação; 3) inspeção; 4) rotulagem e embalagem.
Na formulação, o IFA é descongelado e diluído para receber estabilizadores, responsáveis por garantir a integridade e preservar o princípio ativo. Na etapa de envase e recravação, o líquido da vacina é inserido de forma automatizada em frascos esterilizados, sendo fechados com uma rolha de borracha específica e encaminhados para a recravação, onde recebem um lacre de segurança. Logo depois ocorre a fase de inspeção dos frascos e, por último, é realizada a etapa de rotulagem e embalagem, onde as vacinas recebem rótulos com identificação, número de lote, data de fabricação, validade e demais informações técnicas. Na sequência, as vacinas seguem para serem embaladas.
Ao longo do processamento da vacina, amostras de todos os lotes são encaminhadas para um rígido controle de qualidade interno a fim de garantir sua segurança e eficácia. Só após o resultado as vacinas são liberadas para entrega ao Ministério da Saúde.
ESTADÃO
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