No ano passado, o Metrópoles fez uma reportagem explicando que uma das razões para esse novo comportamento era um mal-estar conhecido como Doença do Silicone. Dores no corpo e nas mamas são alguns dos sintomas associados à condição, que ainda intriga médicos e cirurgiões.
Foi essa a razão para a ex-BBB Amanda Djehdian optar por se ver livre das próteses. Diversos estudos tentam entender porque, mesmo sendo um fenômeno raro, o silicone pode ter efeitos colaterais em algumas pessoas.
Cirurgia Plástica, esse boom na procura pelo explante tem a ver com as transformações comportamentais pelas quais a sociedade tem passado nos últimos anos. Com diferentes padrões de beleza, surgem também necessidades únicas, muito mais ligadas à beleza sim filtros e que não precisa de artifícios externos para alcançar a esperada autoafirmação.
“Hoje, há a consciência da mulher de que o corpo é dela e que ela não está aqui para agradar o outro. Tudo isso impulsiona a naturalidade na cirurgia plástica. Muitas pacientes estão querendo retirar o implante para ficar mais natural”, diz. Em vez de mamas enormes, como nos anos 2000, a ideia agora é parecer uma versão melhor de si, sem exageros.
O cirurgião plástico e cosmiatra João Darques, à frente de um instituto homônimo, também acredita que há quem tenha aderido ao implante por modismo anos atrás e, agora, compreende (e aceita) melhor quem genuinamente é, “nessa construção que estamos tendo relativo ao feminismo, empoderamento e domínio do próprio corpo”. “
Além disso, os alertas frequentes sobre o lado negativo do silicone fizeram mulheres prestarem mais atenção em sintomas que, antes, passavam despercebidos. “Com a tecnologia e o conhecimento disponíveis na atualidade, foi descoberta a síndrome ASIA, ou a Doença do Silicone. Com a incidência da síndrome, a paciente pode ter um quadro com sintomas diversos, tais como cansaço, dor articular, queda de cabelo e até distúrbios gastrointestinais”, explica a médica.
Apesar dos avanços, ainda não existe um exame que constate se, de fato, a síndrome esteja atrapalhando o bem-estar da paciente. “Muitas vezes, o diagnóstico vem por exclusão”, conta. “Essa síndrome é extremamente questionada, por mais que existam vários relatos”, acrescenta João Darques. “Não conseguimos prová-la cientificamente, e com o alarde da doença, está sendo estimulado o explante”, pondera.
Sinais de alerta
É difícil, de acordo com Ivanoska Filgueira, limitar quais seriam alguns sinais de alerta para a Doença do Silicone.
Em geral, ela aponta queixas que já foram levantadas em consultório:
- Perda de memória;
- Cansaço intenso e anormal no final do dia ou ao acordar;
- Queda de cabelo;
- Problemas gastrointestinais.
“Por exemplo, uma paciente que atendi tinha um quadro articular muito importante com dores nas articulações dos pés, dos joelhos e das mãos, enquanto outra apresentava diarreia constante”, relembra.
Devo retirar?
O médico João Darques acrescenta que as próteses, em geral, são retiradas quando há indicações como contratura capsular (causando dor ou má formação visível), presença de líquido associado ao implante e também, não menos importante, o desejo da paciente.
É importante destacar que cada caso é único e, como tal, precisa de acompanhamento profissional.
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