Por Dorjival Silva
Em coletiva de imprensa da Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta sexta-feira, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga fez um apelo aos países que tenham doses extras de vacina contra a Covid-19 para que dividam com o Brasil, “para que possamos avançar com nossa ampla campanha”.
Ele também afirmou que, ao assumir o Ministério da Saúde, se comprometeu com a aceleração da vacinação contra a Covid-19 e buscou orientar a população brasileira sobre medidas não farmacológicas.
— Eu me comprometi com a aceleração da vacinação e busquei orientar a população brasileira, de maneira clara e objetiva, sobre as medidas não farmacológicas cientificamente comprovadas: uso de máscara, lavagem das mãos e respeito ao distanciamento social — afirmou.
Em seu discurso, no entanto, Queiroga não falou sobre as 400 mil mortes pela doença no Brasil, marca atingida na quinta-feira, e que foi mencionada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
O ministro também tratou da vacinação da população indígena no país:
— Considerando a vulnerabilidade desses povos a doenças respiratórias, eles foram priorizados pelo governo federal na vacinação contra a Covid-19. Já foram distribuídas doses suficientes para todos os indígenas com mais de 18 anos em territórios indígenas.
Queiroga disse ainda que o Ministério está “na iminência de assinar” um contrato com a Pfizer para aquisição de mais 100 milhões de doses de vacina, e afirmou acreditar ser possível imunizar a população brasileira até o fim de 2021:
— Temos doses suficientes para o segundo semestre, e (assim) é possível garantir que até o fim de 2021 tenhamos a nossa população inteiramente vacinada.
Até quinta-feira, o Brasil conseguiu aplicar a primeira dose de vacina contra a Covid-19 em 14,74% da população, e 7,15% receberam a segunda dose, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa.
‘Brasil não pode baixar a guarda’
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que a atenção do mundo está voltada para a escalada da Covid-19 na Índia, mas que outros países também estão vivendo transmissão intensa, destacando que o Brasil foi um dos mais afetados pela pandemia.
— Desde novembro, o Brasil teve uma crise aguda, incluindo casos, hospitalizações e mortes entre jovens. Os casos agora diminuíram por quatro semanas seguidas, hospitalizações e mortes também. São boas notícias, esperamos que continuem. Mas a pandemia nos ensinou que nenhum país pode baixar a guarda.
O diretor da OMS afirmou ainda que o país se saiu bem nas áreas da detecção precoce da doença, telemonitoramento de casos e distribuição de vacinas, com priorização de profissionais da saúde, indígenas e idosos.
O Globo
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