Assessoria: Francielle Mesquita
A mídia tem um papel estratégico na formação de opinião e na
pressão por políticas públicas e pode contribuir para ampliar, contextualizar e
aprofundar o debate sobre as violações dos direitos das mulheres. Dentro deste
contexto, o projeto Aripuanã Por Elas, desenvolvido pela Nexa em parceria com o
Instituto Votorantim, ECOS Comunicação em Sexualidade e a Rede de Proteção e Garantia
dos Direitos das Mulheres de Aripuanã, promoveu um encontro formativo voltado
aos comunicadores do município e região Noroeste de Mato Grosso.
Seguindo as medidas de segurança para enfrentamento da
Covid-19, o encontro ocorreu na modalidade virtual, no último dia 23. A
iniciativa foi conduzida pela ECOS Comunicação em Sexualidade, pela consultora
Elaine Bortolanza,e dividida em dois módulos: o primeiro abordou a iniciativa,
os marcos e ações do Aripuanã Por Elas, breve apresentação das peças e estratégias
da Campanha e a importância da mídia como aliada a rede de proteção e defesa dos direitos das mulheres
do município, de modo que os comunicadores de Aripuanã e região possam
contribuir no trabalho de conscientização da população informando também os
caminhos. O segundo módulo foi conduzido pela jurista e colunista Isabela Del
Monde, fundadora da Gema Consultoria em Equidade, cofundadora da Rede Feminista
de Juristas – deFEMde, coordenadora do Me Too Brasil e colunista da Universa
UOL. Isabela trouxe um histórico sobre o fenômeno da violência contra a mulher
e o papel da imprensa; os tipos de violência e ciclos vivenciados, a história
da Lei Maria da Penha e as conquistas nos últimos anos e o papel e importância
dos comunicadores e da imprensa no trabalho de sensibilização e conscientização
da população sobre o problema, além do engajamento da sociedade no
enfrentamento à violência contra a mulher, abordando os aspectos éticos e
práticos na cobertura do tema na imprensa e nas redes sociais.
Na avaliação da psicóloga e diretora executiva da Ecos
Comunicação em Sexualidade, Juny Kraiczyk, os comunicadores têm um papel
fundamental como formadores de opinião. “A imprensa pode influenciar
decisivamente para o desenvolvimento de estratégias e políticas públicas que
contribuam para enfrentar as violações aos direitos das mulheres. O acesso à
informação é um direito e é preciso que as mulheres conheçam os canais de
proteção e saibam que não estão sozinhas. Violência é um problema de todos,
portanto, homens e mulheres precisam estar engajados nesse enfrentamento”,
afirma.
Para o jornalista, Dorjival Silva, o encontro para a
formação de comunicadores agregou mais seriedade e conscientização para as
futuras abordagens da mídia sobre o tema. “Tudo que puder ser feito pela
conscientização no sentido de evitar que a mulher seja de qualquer forma
violentada em seus direitos, terá sempre grande importância. É preciso atingir,
com o que tivermos favorável, o campo da prevenção a essa violência. O encontro
nos impactou pela sua seriedade e preocupação com um dos temas que merecem mais
atenção na atualidade.
O gerente geral de Mineração do Projeto Aripuanã, Rodrigo
Fonseca, afirma que é de extrema importância conquistar as múltiplas frentes
profissionais para o fortalecimento da rede de proteção das vítimas de
violência doméstica ou de qualquer outra natureza. “Nosso propósito é aproximar
os comunicadores e a imprensa da rede de proteção e políticas públicas voltadas
aos direitos das mulheres, para que esses canais estejam preparados para
contextualizar o assunto e ajudar a desmistificar preconceitos sobre a
violência contra a mulher”, finaliza.
Aripuanã Por Elas: Juntos no enfrentamento à violência
contra a mulher
O projeto Aripuanã Por Elas visa fortalecer a atuação da
rede de proteção e garantia dos direitos das mulheres. Como ponto de partida,
no segundo semestre de 2020, foi realizado um Diagnóstico Situacional com
atores-chave e os resultados foram utilizados para orientar a definir as ações
e estratégias. Neste ano, foi criado o Comitê Multisetorial com representantes
dos setores de Ação Social, Saúde, Educação, Conselho Municipal dos Direitos da
Mulher, Promotoria de Justiça, Polícia Militar, Polícia Civil e sociedade
civil; que atua como uma instância consultiva e executiva das ações do projeto,
com o intuito de unir esforços e construir ações integradas com os diversos
setores da rede que atuam no município.
Para o mês de junho, no dia 30, está prevista uma live de
lançamento da campanha Aripuanã Por Elas com a participação de gestores e
representantes da rede. A campanha de comunicação tem como objetivo principal
sensibilizar e conscientizar a população sobre o problema. Além disso, com o
objetivo de qualificar os atores da rede para uma escuta mais ampliada,
acolhimento e o atendimento mais humanizado e efetivo dos casos de violência
contra a mulher, está previsto para julho o início dos encontros de formação
online com os profissionais que atuam na rede e que serão os multiplicadores
dessa importante iniciativa.
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