O primeiro semestre de 2021, que foi de surpresas positivas na economia brasileira, arrebatou um saldo recorde histórico de estrangeiros no mercado local de capitais. De acordo com a B3, até a última quarta-feira (30), esses investidores aportaram R$ 48 bilhões no mercado à vista, sem contar as aberturas de capital. É o melhor desempenho da série histórica compilada pelo Estadão/Broadcast, que vem desde o Plano Real.
Uma conjunção de fatores explica essa entrada, como a melhoria nas projeções para o PIB deste ano, a valorização nos preços das commodities no mercado internacional e a alta dos juros, que atraiu recursos estrangeiros para o país.
O aporte estrangeiro na bolsa desde janeiro representa o dobro do recorde anterior, de R$ 21,5 bilhões, registrado no primeiro semestre de 2015, mas as condições agora são opostas. Nos últimos meses, o Ibovespa bateu recordes à medida que o mercado elevava as previsões de crescimento do país após indicadores melhores que o esperado.
Segundo o relatório Focus, do Banco Central, o mercado financeiro projeta alta de 5% para o PIB brasileiro neste ano. Há um mês, esperava alta de 3,5%.
Essa entrada deve continuar, e outros fatores entram na conta. Alexandre Almeida, economista da CM Capital, observa que a taxa Selic começou a subir e deve passar por novas altas, o que atrai mais capital estrangeiro.
“Foi se formando um ambiente mais favorável para os estrangeiros, com a sinalização de alta das taxas, e isso tende a se intensificar, com a recente ata do Copom, que sinalizou que esses aumentos não devem ser apenas parciais”, diz.
CNN Brasil com Estadão Conteúdo
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