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Filha é ‘presenteada’ pelo pai com doação de rim: ‘Me deu a vida 2 vezes’

 

Filha é ‘presenteada’ pelo pai com doação de rim: ‘Me deu a vida 2 vezes’

Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

O Dia dos Pais deste ano foi diferente para a família Peres. O marceneiro Wagmar Peres Borges, 52, foi quem presenteou a filha, Maylla Peres, 25, que após quatro anos de espera finalmente recebeu um transplante de rim. A cirurgia ocorreu no Hospital Evangélico, em Belo Horizonte.

“Estou muito feliz, meu pai me deu a vida duas vezes”, disse Maylla ao jornal Estado de Minas.

“[Vou] ter qualidade de vida, poder beber água, comer bem, não depender de uma máquina para viver, né? Fico muito feliz de ter ele na minha vida, um pai muito bom, que conta muito de nós. Agora eu tenho que cuidar dele, cuidou tanto de mim e eu tenho que cuidar melhor dele, amar mais ainda e aproveitar o tempo junto.”

Segundo a publicação, Maylla soube que tinha problemas renais quando caiu de bicicleta, há quatro anos. Na ocasião, ela fraturou a mandíbula. Foi então que durante os exames pré-operatórios, a família descobriu que ela tinha glomerulopatia crônica, uma doença que debilita pequenos vasos sanguíneos nos rins, os glomérulos.

Seis meses após o acidente, a jovem iniciou um tratamento com hemodiálise três vezes por semana durante quatro horas.

“O tratamento não é fácil, deixa a gente fraca. Não podemos comer todas as verduras, nem todas as frutas. Então a gente fica desidratada, anêmica. Trabalhar é muito difícil, porque você tem que sair três vezes por semana e não vai ter aquela mesma força para conseguir fazer o serviço igual as outras pessoas”, disse ela, que tem desejo de atuar na área de estética.

Transplante

O transplante apareceu na vida de Maylla como uma esperança para que a rotina voltasse a ser como era antes. Assim, ela entrou na fila de espera, mas teve que sair logo em seguida devido a um déficit de cálcio nos ossos causado pela própria insuficiência renal. “A gente ficou bem frustrado, dá trabalho voltar para a fila de novo.”

A espera pelo transplante foi ainda maior quando em 2020 o mundo enfrentou a pandemia da covid-19. Na ocasião, as cirurgias que não tinham caráter de emergência foram suspensas e Maylla teve que aguardar mais uma vez pela a retomada da fila.

Quando as cirurgias retomaram, o pai prontamente se disponibilizou para ser um doador. À primeira vista, o médico alertou que a cirurgia poderia ser um risco para ele, devido à idade. “Eu falei: ‘Não, doutor, risco a gente corre só de atravessar a rua'”, contou o marceneiro ao jornal.

UOL

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