As famílias em situação de extrema pobreza serão 4% do total no país até o fim do ano, mostra estudo de Erik Figueiredo, presidente do Ipea. Eram 5,1% em 2019, antes da pandemia.
O estudo a que o Pode360 teve a acesso foi apresentado por Figueiredo em reunião no governo na 6ª feira. Não foi publicado ainda. É o 1º trabalho a mostrar a queda. As pesquisas sobre o tema são realizadas com os dados mais recentes disponíveis, do fim de 2021.
O presidente do Ipea fez estimativas a partir do aumento no número de beneficiados do Auxílio Brasil em relação ao Bolsa Família, programa anterior, e do pagamento mínimo para R$ 400 no início de 2022. Foram incorporadas de janeiro a junho 4 milhões de famílias.
Em junho o Congresso aprovou novo aumento, para R$ 600, que o governo começa a pagar em agosto. Esse valor não é considerado no estudo.
As famílias em situação de extrema pobreza serão 9,9% do total global em projeção do Banco Mundial que Figueiredo usa no estudo. Isso representará alta de 15% em relação a 2019, último ano antes da pandemia. Eram 8,6% de famílias em 2019 e serão 9,9% no fim deste ano. São pessoas com renda individual menor que US$ 1,90.
As pessoas abaixo da linha da extrema pobreza no fim de 2022 em todo o mundo deverão ser 703 milhões. Seriam 588 milhões sem a pandemia. Portanto haverá 115 milhões a mais em situação de grande vulnerabilidade em comparação com o cenário sem pandemia. Todos os números globais desde 2017 são projeções.
Os gastos extras com programas sociais chegarão a R$ 200 bilhões neste ano. Só o Auxílio Brasil terá R$ 115 bilhões. O Bolsa Família tinha cerca de R$ 30 bilhões anuais. Os aumentos do valor do benefício e do número de famílias atendidas reduzirão a extrema pobreza, disse Figueiredo.
Com o Auxílio Emergencial em 2020 o total de famílias na extrema pobreza diminuiu para 4,2%. Voltou a aumentar em 2021 para 6%. Figueiredo afirmou isso foi resultado da busca do reequilíbrio fiscal. “Sem isso a pobreza tende a crescer. Foi assim de 2015 a 2018”.
Figueiredo ressalta que o número de novas vagas contraria a ideia de que benefícios sociais prejudicam o mercado de trabalho porque as pessoas tenderiam a deixar de procurar emprego.
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