Ex-secretário de Educação de Tangará da Serra, meu colega professor José Paulo de Jesus, encaminha para o blog a estória do pescador que somente de vez em quando mentia. Vamos Ler:
E quando Jacó Timbozeiro, no segredo da madrugada, pegava o rumo do mato, desarmado de vara de pescar, o mundo já sabia: ia tirar timbó.
Da casca e raiz, macetadas a boas pauladas, a unha de Jacó beliscava um veneno leitoso e, com ele, tinguinjava a água do rio.
Minutos depois de jogar o veneno na água, os peixes boiavam, intoxicados e ele, assoviando, partia para a colheita.
Bem antes do almoço, voltava com o embornal recheado de lambari, bagre e traíra. Era peixe de fartar até os gatos da mais longínqua vizinhança.
Mas timbó sempre fora proibido por lei. E ali, em Cabreúva do Banhado, proibido e meio.
Cansado de avisar, o cabo Durvalino Matoso naquele dia também rumou para o mato no rastro de Jacó Timbozeiro.
No calor das dez, mal boiaram os primeiros lambaris, Matoso brotou por detrás de uma touceira de capim, em jeito de aparição.
E do alto de sua patente, foi logo dando a ordem certa, como era merecedor um caso daquele tamanho:
- Teje preso!
De costas, o timbozeiro nem precisou se virar para reconhecer a voz de trombone do militar.
- E por que, meu cabo?
– soprou, em voz de caniço.
- Não sabe que timbó na água dá cadeia, seu Jacó?
- Quê timbó, cabo Matoso?
- Como, quê timbó? O que estes peixes estão fazendo de barriga pra cima?
- Tá tudo morto, sim senhor.
- E morreram de quê?
– já correndo a mão nas algemas por pura perda de paciência.
- Afogamento.
Na cadeia, Jacó Timbozeiro lembrou-se que peixe não morre afogado.
Nem em Cabreúva do Banhado nem em nenhum lugar do mundo.
Mas já era tarde.
E quando Jacó Timbozeiro, no segredo da madrugada, pegava o rumo do mato, desarmado de vara de pescar, o mundo já sabia: ia tirar timbó.
Da casca e raiz, macetadas a boas pauladas, a unha de Jacó beliscava um veneno leitoso e, com ele, tinguinjava a água do rio.
Minutos depois de jogar o veneno na água, os peixes boiavam, intoxicados e ele, assoviando, partia para a colheita.
Bem antes do almoço, voltava com o embornal recheado de lambari, bagre e traíra. Era peixe de fartar até os gatos da mais longínqua vizinhança.
Mas timbó sempre fora proibido por lei. E ali, em Cabreúva do Banhado, proibido e meio.
Cansado de avisar, o cabo Durvalino Matoso naquele dia também rumou para o mato no rastro de Jacó Timbozeiro.
No calor das dez, mal boiaram os primeiros lambaris, Matoso brotou por detrás de uma touceira de capim, em jeito de aparição.
E do alto de sua patente, foi logo dando a ordem certa, como era merecedor um caso daquele tamanho:
- Teje preso!
De costas, o timbozeiro nem precisou se virar para reconhecer a voz de trombone do militar.
- E por que, meu cabo?
– soprou, em voz de caniço.
- Não sabe que timbó na água dá cadeia, seu Jacó?
- Quê timbó, cabo Matoso?
- Como, quê timbó? O que estes peixes estão fazendo de barriga pra cima?
- Tá tudo morto, sim senhor.
- E morreram de quê?
– já correndo a mão nas algemas por pura perda de paciência.
- Afogamento.
Na cadeia, Jacó Timbozeiro lembrou-se que peixe não morre afogado.
Nem em Cabreúva do Banhado nem em nenhum lugar do mundo.
Mas já era tarde.
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