Abaixo, o comentário mais lúcido que li até agora sobre o episódio envolvendo o ex-diretor do Senado, Agaciel Maia. É do jornalista e pai dos blogs políticos brasileiros, Ricardo Noblat:
Agaciel Maia, o todo-poderoso Diretor-Geral do Senado desde 1995, foi forçado a abandonar o cargo para que tudo ali permaneça como está. Não caiu por seus defeitos. Foi derrubado para que o Senado possa preservar os dele.
A espoleta que detonou Agaciel foi a casa onde ele mora há 13 anos. O jornal Folha de S. Paulo contou que em setembro de 1996 ele comprara a casa em nome do irmão, o deputado João Maia (PR-RN), porque na época estava com seus bens indisponíveis.
A história contada por Agaciel é outra. Ele diz que pediu ao irmão para comprar a casa enquanto vendia a outra onde morava. Não poderia vendê-la se seus bens estivessem indisponíveis. Recomprou a casa do irmão dois meses depois. E desde então a declara no seu Imposto de Renda.
Os gastos do Senado são uma caixa preta. Há uma contabilidade para efeito externo e mais outra, a que de fato vale. O que aqui fora se sabe pouco tem a ver com o que acontece ali dentro. As vantagens auferidas pelos senadores e admitidas por eles estão longe de corresponder à realidade.
O que menos interessa à instituição é ser investigada a fundo. E quando alguém como Agaciel atrai os holofotes da mídia... Bem, o melhor é livrar-se dele. Em outras ocasiões, Agaciel ficou sob os holofotes, mas conseguiu de safar. Era provável que se safasse novamente.
Mas conspirou para sua queda uma série de outros fatores. O primeiro deles: o desgaste natural do exercício do cargo durante tanto tempo. O segundo: a recente eleição de José Sarney (PMDB-AP) para presidente do Senado. Ela não foi tão pacífica assim. Exaltou os ânimos de muitos senadores.
Sarney foi eleito prometendo mais cargos do que tinha para entregar a senadores que o apoiaram. Estão em disputa várias presidências de comissões técnicas. Ocupar uma delas confere visibilidade e prestígio ao seu eventual titular. Visibilidade significa mídia. Mídia pode significar votos em futuras eleições.
E para aumentar o clima de tensão que se vive no Senado ainda tem Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). À VEJA, ele denunciou o PMDB como um partido corrupto. Lidera a formação de uma frente parlamentar contra a corrupção. E decidiu fazer um discurso daqui a pouco no Senado sobre... Corrupção.
Sobrou para Agaciel - e a maioria dos senadores espera, reza, suplica a Deus que tenha sobrado apenas para o ex-diretor-geral do Senado.
Agaciel Maia, o todo-poderoso Diretor-Geral do Senado desde 1995, foi forçado a abandonar o cargo para que tudo ali permaneça como está. Não caiu por seus defeitos. Foi derrubado para que o Senado possa preservar os dele.
A espoleta que detonou Agaciel foi a casa onde ele mora há 13 anos. O jornal Folha de S. Paulo contou que em setembro de 1996 ele comprara a casa em nome do irmão, o deputado João Maia (PR-RN), porque na época estava com seus bens indisponíveis.
A história contada por Agaciel é outra. Ele diz que pediu ao irmão para comprar a casa enquanto vendia a outra onde morava. Não poderia vendê-la se seus bens estivessem indisponíveis. Recomprou a casa do irmão dois meses depois. E desde então a declara no seu Imposto de Renda.
Os gastos do Senado são uma caixa preta. Há uma contabilidade para efeito externo e mais outra, a que de fato vale. O que aqui fora se sabe pouco tem a ver com o que acontece ali dentro. As vantagens auferidas pelos senadores e admitidas por eles estão longe de corresponder à realidade.
O que menos interessa à instituição é ser investigada a fundo. E quando alguém como Agaciel atrai os holofotes da mídia... Bem, o melhor é livrar-se dele. Em outras ocasiões, Agaciel ficou sob os holofotes, mas conseguiu de safar. Era provável que se safasse novamente.
Mas conspirou para sua queda uma série de outros fatores. O primeiro deles: o desgaste natural do exercício do cargo durante tanto tempo. O segundo: a recente eleição de José Sarney (PMDB-AP) para presidente do Senado. Ela não foi tão pacífica assim. Exaltou os ânimos de muitos senadores.
Sarney foi eleito prometendo mais cargos do que tinha para entregar a senadores que o apoiaram. Estão em disputa várias presidências de comissões técnicas. Ocupar uma delas confere visibilidade e prestígio ao seu eventual titular. Visibilidade significa mídia. Mídia pode significar votos em futuras eleições.
E para aumentar o clima de tensão que se vive no Senado ainda tem Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). À VEJA, ele denunciou o PMDB como um partido corrupto. Lidera a formação de uma frente parlamentar contra a corrupção. E decidiu fazer um discurso daqui a pouco no Senado sobre... Corrupção.
Sobrou para Agaciel - e a maioria dos senadores espera, reza, suplica a Deus que tenha sobrado apenas para o ex-diretor-geral do Senado.
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