Tem como limpar o Congresso Nacional, frequentemente enlameado por escândalos, sem fazer uma assepsia no quadro de inquilinos? Tem. Com o voto. É a única arma capaz de promover a mudança. Cabe, então, o eleitor fazer a sua parte. Do contrário, vamos continuar reclamando da política e dos políticos sujos que habitam Brasília (DF).
Lá, não há interesse da higienização. Veja a completa falta de vontade da Câmara dos Deputados de levar a Plenário o projeto de lei complementar 518/09, que torna obrigatória a “ficha limpa” dos candidatos a cargos eletivos. De iniciativa popular, o projeto torna inelegíveis pessoas que respondem a processos na Justiça.
O eleitor se livraria de candidatos condenados em primeira ou única instância ou que tiverem contra si denúncia recebida por órgão judicial colegiado por uma série de crimes: abuso de poder econômico ou político; racismo; tortura; tráfico de drogas; terrorismo; improbidade administrativa; crimes dolosos contra a vida; crimes de abuso de autoridade; crimes eleitorais; lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; exploração sexual de crianças e adolescentes e utilização de mão-de-obra em condições análogas à de escravo; crimes contra a economia popular; a fé pública; os costumes; a administração pública; o patrimônio público; o meio ambiente; a saúde pública; o mercado financeiro; e por crime a que a lei determine pena não inferior a 10 anos.
Se aprovada, a proposta eliminaria mais da metade da Casa, por isso, a falta de vontade dos congressistas. O projeto apenas aguarda a vez de ser escolhida pelo presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), e por líderes partidários. Não deve sair; as resistências prevalecem, como o deputado José Genoino (PT), que estaria inelegível devido o processo do famigerado “mensalão”.
Ele faz parte da tropa de choque, que tem outros não-recomendáveis. E beneficiam espécies do tipo Acir Gurgacz (PDT-GO), que assumiu a vaga deixada por Expedito Júnior (PSDB-RO), cassado por corrupção eleitoral, carregando nas costas mais de 200 processos criminais, desde estelionato, crime ambiental, a pedidos de indenização por danos materiais e morais.
Ele está lá, dando a sua parcela de contribuição no conspurcado Congresso Nacional.
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