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Eles estão livres

Atenção, “fichas sujas”, vocês estão livres para a disputa eleitoral de 2010. O anúncio, de péssimo gosto, é motivado pela manobra do Congresso Nacional de empurrar a apreciação e votação do projeto de iniciativa popular que impede a candidatura de políticos processados e condenados em primeira instância.

O deputado Índio da Costa (DEM-RJ), relator do projeto “Ficha limpa”, prevê que a matéria entrará na pauta de votação no final de março, mas já avisando que, se aprovado, só entrará em vigor nas eleições de 2012. Isso porque, pela Constituição, leis que alteram o processo eleitoral só podem valer um ano depois de aprovadas.

Como o Congresso não transmite qualquer motivo para confiança, o cidadão brasileiro certamente aguardará a votação do “Ficha limpa” para acreditar que a Casa “pegará” os políticos corruptos.

Até lá, não tem como apostar na boa vontade dos congressistas, até porque mais da metade dos inquilinos da Câmara e do Senado, que votarão o projeto, já são condenados em primeira instância ou respondem a processos, principalmente por improbidade administrativa. Daí, difícil acreditar que os parlamentares aprovem uma lei que vai atingir os próprios.

Sarney, Renan Calheiros, José Genuíno e outros “aloprados” puxam a interminável lista de políticos que seriam excluídos da vida pública pelo “Ficha limpa”. Esse time, nada limpo, é responsável pela condução do Congresso Nacional.

Graça a eles, as eleições de 2010 podem eleger pessoas que tenham condenações judiciais graves como racismo, homicídio, estupro, tráfico de drogas e desvio de verbas públicas. Elementos que estariam alijados pelo “Ficha limpa”.

De qualquer forma, o projeto popular já cumpriu uma boa parte de sua missão, a partir da iniciativa da própria sociedade. O movimento conseguiu 1,3 milhão de assinaturas e fez ecoar o seu grito nos corredores do Congresso Nacional.

Resta esperar que um dia a política brasileira possa encontrar o seu rumo, com a formatação de novas lideranças políticas, construídas a partir da semente da honestidade. É possível, sim.

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