Sob forte vigilância policial, mais de cem pessoas acompanharam nesta quinta-feira o enterro do preso político cubano Orlando Zapata Tamayo, que morreu na terça-feira após 85 dias de greve de fome.
Adiado para esta amanhã após uma onda de prisões de opositores do governo Castro na quarta-feira, o funeral aconteceu em Banes, sua cidade natal, a 700 quilômetros de Havana.
Segundo a mãe de Zapata, Reina Tamayo, policiais à paisana se instalaram nas entradas da cidade, nos arredores do cemitério e perto de sua casa, que foi vigiada por agentes durante toda a noite.
- Mostramos que meu filho continua vivendo dentro de nós - disse Reina, por telefone, acrescentando que parte dos presentes gritavam "Zapata vive". - Acredito que com o falecimento de Orlando Zapata a oposição ganhe mais força, ganhe mais valor e intensifique seu trabalho pacífico.
O corpo de Zapata foi escoltado pelas forças de segurança de Havana até Banes, na província de Holguín, onde chegou na quarta-feira, quando cerca de 30 dissidentes que tentavam se deslocar para a região foram presos provisoriamente para que não pudessem comparecer ao funeral.
Muitos teriam sido mantidos presos em suas próprias casa, mas há relatos de que vários conseguiram viajar a Holguín.
Dissidentes disseram que a tranquila cidade de Banes, que tem apenas 80 mil habitantes é fica perto de onde nasceram Fidel e Raúl Castro, estava "sob estado de sítio". Alguns opositores tiveram que se disfarçar para escapar dos policiais e chegar à casa de Reina, onde foi realizado um velório.
Leia mais em Mais de cem pessoas acompanham enterro do dissidente Orlando Zapata Tamayo em Cuba (Do blog de Noblat)
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