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A força dos fichas sujas

A Câmara dos Deputados não votou o projeto “ficha limpa”. Seria ontem. A proposta foi devolvida à Comissão de Justiça, com a qual ficará até o dia 29 deste mês. Para ser “aperfeiçoado”, imagine, e devolvido ao plenário somente em maio.

Se houver disposição para votação (alguém acredita?), ocorrerá somente no finalzinho de maio, quando os deputados vão retornar aos seus Estados para mais uma jornada eleitoral.

A manobra para frear o projeto foi conduzida pelos partidos governistas, com PT e PMDB à frente, com propósito claro e descarado de alterar a proposta original, via emendas. Não precisa ter bola de cristal para prever o que acontecerá.

Os deputados, aqueles que não têm prontuários asseados, vão desconfigurar o projeto em causa própria. Aliás, a proposta original já foi bastante castigada. Quando chegou à Câmara, pelas mãos do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, respaldado por 1,3 milhão de assinaturas, desceu a uma “comissão especial” criada pelo presidente Michel Temer (PMDB) para “mastigar” seu conteúdo.

Assim foi feito. No primeiro texto o candidato seria impedido se tivesse uma condenação de primeira instância. No texto final, passou-se a considerar como inelegível a partir da condenação em tribunais, ou seja, em segunda instância.

Mesmo assim, ainda seria um avanço se o “ficha limpa” fosse aprovado dessa forma. Certamente, seria possível iniciar o processo de faxina na vida política brasileira. A manobra de ontem, além de abrir a possibilidade de desconfiguração do projeto, vai impedir que a regra passe a valer a partir das eleições de 2010.

Sobrevida aos Malufs, aos Genoinos, aos Renans, aos Sarneys, aos Dirceus, aos Estevãos, aos das cuecas, das meias, das maletas e de outras espécies que contaminam a saúde do país.

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