Não resta dúvida de que nos últimos anos diminuiu consideravelmente o índice de famílias que não se alimentam suficientemente. Mas, também, não há como negar que a desigualdade não é compatível com o grau de desenvolvimento do Brasil.
Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada ontem revela a redução do número da famintos, mas a fome ainda castiga 35% dos brasileiros. No levantamento anterior, referente ao período 2002/2003, o índice de famintos era de 46,7%.
O que chama a atenção na pesquisa do IBGE é a lentidão que as ações públicas chegam ao Nordeste. A redução da fome foi registrada nas cinco regiões, mas o melhor índice foi registrado no Sudeste, onde o número caiu de 43,4% para 29,4%.
A desigualdade pode ser verificada na comparação do rendimento médio mensal. As famílias do Nordeste têm, em média, despesa de R$ 1.700,26, metade dos R$ 3.135,80 gastos pelas famílias do Sudeste.
A renda da família do Sudeste, mais alta do país, é praticamente o dobro da registrada pelos nordestinos, a mais baixa entre as cinco regiões: R$ 3.348,44 contra R$ 1.764,00.
O retrato revelado pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008/09, que visitou cerca de 60 mil domicílios urbanos e rurais, entre maio de 2008 e maio de 2009, deixa claro que a esmola do Bolsa Família resolve problemas pontuais, mas favorece a permanência da fome no país, principalmente no Nordeste.
E assim continuará, se o Governo não buscar o equilíbrio das políticas públicas para permitir a melhoria de vida das famílias pobres compatível com o desenvolvimento do Brasil.
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