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Falso filho do dono da Gol é inocentado de crime por juiz criminal de Tangará da Serra

Magistrado não viu materialidade
 na participação
 de acusado no carregamento de droga
flagrado em MT

Por ADILSON ROSA

Considerado um dos maiores estelionatários do Brasil e que já virou “celebridade”, Marcelo Nascimento da Rocha foi inocentado da acusação de associação ao tráfico de drogas pelo juiz criminal de Tangará da Serra, Marcelo Sebastião de Moraes. O caso ocorreu em setembro de 2001 em Barra do Bugres quando a polícia apreendeu cerca de 180 quilos de cocaína. Na ocasião, Marcelo foi preso em Rio Branco (AC) acusado de fazer o transporte da carga de entorpecente. A decisão foi proferida na última sexta-feira à tarde.

Marcelo ficou conhecido nacionalmente devido o fato de ter se passado pelo filho do dono da Gol Linhas Aéreas no famoso carnaval fora de época Recifolia enquanto estava em um dos camarotes de maior status do evento. Com tantos golpes aplicados, Marcelo escreveu o livro “Vips Histórias Reais de um Mentiroso”, que foi adaptado e virou filme. A vida do golpista é relatada no filme Vips que esteve em cartaz em todos os cinemas do Brasil, inclusive em Cuiabá, estrelado pelo ator Wagner Moura no papel principal.

Segundo o defensor Bento Filho, não havia provas para a condenação de Marcelo. “Acusar é fácil, provar é mais difícil. No caso da suposta acusação, nada foi provado e a defesa sempre trabalhou e acreditou que ele seria absolvido”, destacou.

Conforme o processo, entre o final de agosto e início de setembro de 2001, o traficante Carlos Alberto Cruz manteve em sua propriedade rural, em Barra do Bugres, a aeronave Cesna PT – JFW utilizada no transporte de 180 quilos de cocaína que vieram da Bolívia. A droga foi apreendida no dia 9 de setembro em poder de Hélio Amâncio, preso em flagrante.

“O avião ficou cinco dias escondido na fazenda esperando para decolar e buscar o carregamento de entorpecente. Mesmo com o descarregamento, a aeronave ficou escondida na propriedade rural”, explicou um dos policiais que participou da prisão. Na oportunidade, foram três traficantes presos em flagrante pelo tráfico.

A droga veio da Colômbia e ficou escondida numa fazenda próxima para ser carregada e seguiria para o estado de São Paulo com o transporte feito por Marcelo, que também é piloto e estaria a serviço de traficantes bolivianos. Acontece que o carregamento foi apreendido ainda em Barra do Bugres.

Conforme o juiz de Tangará da Serra, não existem provas suficientes para a condenação de Marcelo. “Apesar da denúncia que o réu teria se associado ao tráfico de drogas, após todas as investigações, seja com base na fase policial quanto na fase judicial, nada se coletou de prova suficiente a embasar o reconhecimento da materialidade do crime”, sentenciou o magistrado. O juiz acrescentou que a notoriedade do réu em aplicar golpes em todo do país não seria suficiente para associá-lo ao tráfico de drogas.

Mesmo com a absolvição, Marcelo continuará preso na Penitenciaria Central do Estado. Condenado a 24 anos de prisão, ele possui oito sentenças em consequência de golpes aplicados nos estados de Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Paraná, o último sua terra natal. Essa é uma das maiores penas para um crime considerado de menor poder ofensivo.

Em 2002, numa de suas ações mais audaciosas, Marcelo foi acusado de liderar uma rebelião no presídio de Bangu (RJ) e de ter se passado por um líder do Primeiro Comando da Capital (PCC). A partir dessa façanha, ele foi transferido para Porto Velho (RO) e, posteriormente para Cuiabá.

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